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Bancários e clientes vivem um inferno

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Terminou hoje (30) o prazo para os funcionários públicos do Estado de São Paulo transferirem suas contas-salário do banco Santander Banespa para a Nossa Caixa. Apesar disso, de acordo com a direção da Nossa Caixa, cerca de 250 mil trabalhadores ainda não o fizeram.

Nos últimos meses, a vida desses funcionários e dos bancários envolvidos no processo de troca das folhas de pagamento tem sido um inferno. Por parte da Nossa Caixa, o efetivo não foi aumentado e, devido à mudança no governo do Estado, todas as contratações estão suspensas. Os bancários têm feito jornada extraordinária, trabalhado aos sábados e ainda assim não conseguem dar conta do imenso contingente de trabalhadores que tiveram que migrar suas contas: mais de um milhão de pessoas. Os funcionários públicos, por sua vez, estão enfrentando um caos que poderia ter sido evitado, pois desde a privatização do Banespa, há mais de seis anos, já se sabia que essa troca deveria ser feita. “Não houve planejamento”, denúncia Raquel Kacelnikas, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e funcionária da Nossa Caixa. “O que está acontecendo é um absurdo, um desrespeito com os bancários e com os funcionários do Estado.”

Para piorar a situação, depois desse caos o governador eleito José Serra quer fazer o leilão das contas-salário dos funcionários públicos estaduais para arrecadar dinheiro e sanear as contas do Estado. Serra solicitou ao Ministério da Fazenda que exclua as contas de servidores públicos da medida que dá liberdade ao trabalhador de transferir seu salário para o banco que desejar, sem custos. “Isso é um absurdo”, avalia o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. “Primeiro o governo expõe funcionários e bancários a esse caos. E, caso Serra consiga o privilégio, os trabalhadores terão, novamente, que enfrentar o caos para transferir suas contas que acabaram de migrar para a Nossa Caixa, para um novo banco que vencer a licitação.”

Marcolino lembra a situação enfrentada pelos trabalhadores do município de São Paulo, quando as contas foram leiloadas pelo então prefeito Serra e migraram do Banco do Brasil para o Itaú. “Isso cria uma relação promíscua com os bancos. Além disso, os governos e empresas negociam algo que não é seu: as contas-salário são patrimônio dos trabalhadores”, completa o dirigente.

O Sindicato vai pedir uma audiência com o futuro governador para tentar solucionar o problema.
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