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Chapéu
Queremos negociação!

Cassi: diretoria do BB escancara sua mágoa e frustração

Linha fina
Após votação acachapante contra tentativa de retirada de direitos dos associados, patrocinadora se recusa a negociar qualquer proposta para a reconstrução da sustentabilidade da Cassi que não contenha os termos rejeitados pelos funcionários
Imagem Destaque
Arte: Marcio Baraldi

A ANABB (Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil) e a Contec (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito) entregaram à Cassi e ao Banco do Brasil (patrocinadora), na segunda-feira 5, proposta para equilíbrio financeiro da caixa de assistência. Antes mesmo da análise técnica da própria Cassi, o banco recusou o documento sob a alegação de que os termos não sugerem cobrança por dependente, mudança na estrutura organizacional da Cassi e, consequentemente o voto de minerva. 

Essas são justamente as premissas rechaçadas na votação da reforma estatutária da Cassi, quando mais de dois terços dos associados que participaram do pleito votaram contra a proposta do banco. 

“Agora parte da diretoria eleita da Cassi e do Banco do Brasil revelam toda sua frustração por não terem conseguido implantar as mudanças que resultariam na perda de direitos dos associados. Parece a diretoria do beicinho magoado”, protesta o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Bancários e funcionário do BB, João Fukunaga. 

“Ao invés de abrirem um diálogo construtivo com as entidades representativas dos trabalhadores, se valem de vinganças imaturas e mesquinhas que não contribuem em nada para resolver a situação da caixa de assistência”, afirma o dirigente. 

Durante a negociação da Campanha Nacional 2018, a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT), que representa mais de 90% da categoria bancária, também entregou proposta para equilíbrio financeiro da Cassi, mas o banco sequer se manifestou à respeito da sua viabilidade. 

Terrorismo

“Por meio da recusa em aceitar debater as propostas dos representantes dos trabalhadores e tentando a todo custo impor sua vontade que retira direitos, a diretoria do banco mais uma vez reforça seu terrorismo contra os funcionários, como ela sempre praticou como administradora por meio de assédio moral institucionalizado no banco”, afirma João Fukunaga. 

O dirigente ressalta o desrespeito dos diretores eleitos Luiz Satoru [diretor] e Sergio Faraco [conselheiro] ao corpo de associados. “Satoru e Faraco parecem ignorar que foram derrotados junto com o banco na proposta que eles vinham defendendo conjuntamente –  inclusive por meio de fake news disparadas via Whatsapp – que resultaria na retirada de direitos dos associados”, denuncia Fukunaga.  

“Os diretores foram derrotados e não a toa o banco sequer dialoga mais com eles. E causa estranhamento o silêncio oficial desses representantes eleitos que fizeram até campanha nos locais de trabalho para defender a proposta do banco frente aquilo que eles prometeram, que seria a resolução da situação financeira da Cassi. Eles haviam afirmado que iam negociar sozinhos, mas agora o banco os colocou para escanteio, porque não conseguiram emplacar aquilo que a patrocinadora pretendia, que era retirada de direitos dos associados”, afirma Fukunaga. 

Trabalhadores cobram negociação

O dirigente reforça que as entidades representativas dos trabalhadores apresentaram duas propostas para resolver a situação financeira da Cassi que de nada adiantarão se o banco continuar se recuando a negociar. 

“Exigimos negociação, porque a decisão dos associados na eleição representa esse anseio. Por isso o banco tem que voltar a abrir um canal de diálogo, porque do contrário, qualquer ônus que impacte na Cassi será de responsabilidade da patrocinadora. Inclusive, o banco terá de arcar com 60% dos custos em uma eventual intervenção da ANS, conforme o estatuto da Cassi determina. Por isso que a negociação é fundamental”, afirma Fukunaga. “Esperamos que as diretoras do Banco do Brasil e da Cassi revejam seu posicionamento”, finaliza o dirigente.

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