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Para banqueiros, mesa de segurança é inviável

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A primeira rodada de negociação entre representantes do Comando Nacional dos Bancários e da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) evidenciou a importância que os banqueiros dão à segurança de seus clientes e funcionários. No mesmo dia em que um bancário do Banco do Brasil permaneceu toda a manhã com uma bomba amarrada ao corpo e com sua esposa sob a mira de bandidos, a Fenaban declarou que os bancos não têm nada a ver com a segurança bancária. Para eles, a questão de segurança é um problema social.

“Com certeza é também. Mas a segurança de clientes e funcionários dentro das agências é responsabilidade dos bancos sim. E as multas que recebem da Polícia Federal por descumprir planos de segurança são uma prova disso”, afirma o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região Daniel Reis.

O crescente número de assaltos, seqüestros de funcionários e mortes ocorridas nas agências bancárias fizeram do tema segurança um dos eixos centrais da campanha em 2006. Em plena campanha nacional, no dia 23 de agosto deste ano, a bancária Bárbara Cristina, de 31 anos, foi assassinada num assalto à agência Faria Lima do banco Sudameris. Durante negociação, o Comando Nacional dos Bancários usou tarjas pretas e exigiu a retomada da mesa de segurança bancária.

“Se os banqueiros concordaram só para nos acalmar, naquela situação, eles estão redondamente enganados. Não vamos ficar assistindo à onda crescente de violência dentro dos bancos de braços cruzados. O setor financeiro tem dinheiro de sobra para investir em equipamentos e treinamento de pessoal que proporcione mais segurança para todos dentro das agências bancárias”, diz o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.

Dados – Somente na cidade de São Paulo, os assaltos às agências mais que dobraram nos primeiros nove meses deste ano. De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado, foram 97 casos entre janeiro e setembro, contra 46 registros no mesmo período de 2005. Em todo o estado, o crescimento foi de quase 60%.

Reivindicações – Os bancários reivindicam a instalação de mais portas com detectores de metais, o fim da utilização de bancários para guarda e transporte de chaves e de numerário, e respeito aos planos de segurança aprovados pela Polícia Federal. Vários bancos já foram autuados e multados por não respeitar a lei. As principais causas são falhas nos sistemas de alarme, número insuficiente de vigilantes e até mesmo falta do plano de segurança obrigatório. O assunto deve ser retomado em novo encontro, no mês de fevereiro.
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