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90 anos - Entrevistas

Desde 1979, sete presidentes passaram pelo Sindicato. Augusto Campos (1979 a 1985); Luiz Gushiken (1985 a 1988); Gilmar Carneiro (1988 a 1994); Ricardo Berzoini (1994 a 2000); João Vaccari (2000 a 2005); Luiz Cláudio Marcolino (2005 a 2011); e a atual presidenta Juvandia Moreira (2011 a 2014), a primeira mulher a exercer a função.

Para comemorar o aniversário de 90 anos do Sindicato, ouvimos de todos histórias de determinação, engajamento, dedicação e, mais do que tudo, amor à  luta pela classe trabalhadora brasileira. Desde os tempos da ditadura, passando pela redemocratização, criações da CUT e do PT, pelos massacrantes anos do neoliberalismo, desembocando nos desafios do atual governo popular e democrático.

Abaixo, as entrevistas ficam à disposição dos bancários, sendo colocadas semanalmente, começando por Juvandia Moreira. São palavras valiosissimas, recheadas de experiências particulares e coletivas únicas na mobilização da sociedade em nome de um país mais justo.
 


Augusto Campos (1979 a 1985)

Uma nova forma de sindicalismo

Retomada do Sindicato, no final dos anos 1970, foi resultado da união de diversos bancários que lutaram para romper com modelo e estrutura sindical vigente e impulsionar categoria para obter novas conquistas

São Paulo - O ano é 1979. Os bancários organizavam a primeira greve da categoria, após a chamada “retomada” do Sindicato. Reunidos no pátio do Colégio São Bento, os trabalhadores definiram pelo início da greve para o dia seguinte. O movimento começou forte, mas a repressão policial e dos bancos também. “Houve confronto tão intenso que os padres não quiseram mais alugar o espaço para nós. Na Casa de Portugal também não podia ser, os portugueses não queriam mais a gente lá, pois tinha cada vez mais pessoas nas assembleias e o espaço ficava pequeno, apertado. Passamos a procurar lugar próprio e compramos um terreno, no qual funcionava um estacionamento, na Rua Tabatinguera. Foi ali que fizemos a Quadra, inaugurada em evento marcante para mim. Ver naquele lugar, nosso, figuras históricas como Lula e Luiz Carlos Prestes debatendo com a categoria foi especial.” Leia a íntegra da entrevista

 


Luiz Gushiken (1985 a 1988)

Abaixo à ditadura e pelas liberdades democráticas

São Paulo - Funcionário do antigo Banespa, hoje controlado pelo Santander, Luiz Gushiken sucedeu Augusto Campos na direção do Sindicato após a retomada.

A primeira experiência foi como cipeiro. “A agência passava por reforma e eu infernizava a vida do gerente para que os trabalhadores não ficassem expostos à sujeira e ao barulho. Acredito que essa primeira experiência tenha sido o embrião sobre o que faria mais tarde”, lembra.

Foi durante uma assembleia com funcionários do extinto Comind (Banco do Comércio e Indústria) que diz ter sido pego de surpresa por um colega que lançou sua candidatura a deputado federal constituinte. Foi eleito e ocupou cadeira na Câmara dos Deputados por três mandatos consecutivos (1987- 1998). Gushiken foi chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Leia a íntegra da entrevista
 


Gilmar Carneiro (1988 a 1994)

“Se perder a ousadia é melhor ir embora”

São Paulo - Em 1979, baiano de Serrinha, Gilmar Carneiro entrou para a diretoria do Sindicato, após concluir o curso de Administração de Empresas na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Assumiu a vice-presidência da entidade em 1982 e viveu o difícil período da intervenção de 1983. Presidiu o Sindicato de 1988 a 1994 e só deixou a diretoria da entidade em 1997, mas permanece conectado ao movimento sindical e considera a sede dos bancários a sua casa. Atualmente, Gilmar é assessor do presidente da CUT, Vagner Freitas. Apaixonado por comunicação, mantém um blog com atualizações diárias sobre política e economia. Gilmar  toca clarinete, frequenta ao menos uma vez por mês a Sala São Paulo e estufa o peito para dizer que foi para combater a ditadura que entrou para o Sindicato. Leia a íntegra da entrevista
 


Ricardo Berzoini (1994 a 2000)

Do restaurante ao Congresso Nacional

“Nenhuma escola ou faculdade permitiria aprender tanto como no Sindicato. A luta pelos direitos dos trabalhadores durante os anos neoliberais do governo FHC foi uma experiência única”

São Paulo - Ricardo Berzoini ingressou no Banco do Brasil em 1978. A ideia inicial era conciliar o trabalho bancário com a faculdade, mas ele foi “ficando, ficando”. Na greve geral de 1983, que acabou com o Sindicato sofrendo intervenção, Berzoini iniciou de vez sua luta junto aos bancários na organização da greve no Centro de Comunicações e Serviços, conhecido como Cesec – atual Complexo Verbo Divino. Leia a íntegra da entrevista

 


João Vaccari Neto (2000 a 2005)

Da resistência ao governo popular

Militante bancário desde a retomada do Sindicato, vaccari conduziu a entidade nos tempos difíceis do neoliberalismo até o Brasil mudar com um trabalhador na Presidência da República

São Paulo - Maio de 1978. A oposição bancária se organizava para uma greve em meio à ditadura e João Vaccari Neto passou no concurso para trabalhar como escriturário no Banespa, situado à época na Praça do Patriarca. Aos 19 anos tinha deixado sua cidade, Lucélia, região do centro-oeste paulista, para trabalhar na capital.

  “Assim que entrei na agência conheci inúmeros militantes resistentes à ditadura militar. Eu já gostava desse embate político. Então veio a convivência com eles, os debates em assembleias e a luta para tirar a pelegada do Sindicato”, lembra, ao destacar que já em 1978 participou do processo junto à oposição para conquistar o Sindicato, conhecido na história da entidade como “a retomada”. Leia a íntegra da entrevista


Luiz Cláudio Marcolino (2005 a 2011)

Do movimento estudantil ao parlamento

Deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino fala sobre prazer e desafio de presidir o Sindicato nos anos 2000

São Paulo - Líder estudantil, líder comunitário, economista, funcionário do Itaú, deputado estadual. Luiz Cláudio Marcolino foi o primeiro bancário com origem em banco privado a presidir o Sindicato. Enfrentou o período neoliberal como dirigente e assumiu a entidade em um cenário diferente, mais democrático e popular, porém, cheio de desafios, como as grandes fusões no setor, a terceirização e a rotatividade.

Sua habilidade nas mesas de negociação rendeu-lhe, além da liderança entre os bancários, que o reelegeram para a presidência do Sindicato em 2008, o voto do povo nas eleições de 2010 como deputado estadual. Hoje, líder da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o deputado dorme em média quatro horas por noite, ainda menos do que quando presidia o Sindicato, ferrenho na luta pelos direitos de quem o elegeu. Leia a íntegra da entrevista


Juvandia Moreira (2011 a 2014)

90 anos fortalecendo a democracia

São Paulo - Há 22 anos, Juvandia Moreira, baiana de Nova Soure, deixava sua cidade para morar na maior capital do país. Em São Paulo, formou-se em direito, ingressou no Bradesco e passou a militar no movimento sindical bancário.

Em 1997, no auge do período neoliberal, tornou-se diretora do Sindicato. Aprendeu e cresceu nessa trajetória de luta que se traduz na importância de estar à frente de um dos maiores e mais importantes sindicatos do mundo como a primeira mulher a presidir a entidade em nove décadas de existência. Leia a íntegra da entrevista