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Programa Jeito Certo não reduz as metas

Linha fina
Divulgado pelo Santander como uma mudança na política de vendas, na qual o foco é o cliente e não mais o produto, projeto se traduziu em mais acúmulo de trabalho para os bancários, que ainda precisam entregar resultados de outras campanhas
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São Paulo – O que deveria ser a solução para o fim das metas abusivas no Santander se transformou em mais um problema para os bancários. É que o banco instituiu o Programa Jeito Certo, anunciado como uma mudança na política de vendas, que busca oferecer apenas produtos adequados para cada perfil de cliente.

Até aí tudo bem, só que isso se traduziu em mais acúmulo de trabalho, pois além de cumprir os resultados estipuladas pelo novo programa, o bancário continua tendo de cumprir 150% das metas de campanhas que são redefinidas pelo banco a todo momento.

“Fui informado pela regional no final do mês de julho que o maior peso na avaliação seria a entrega da meta de seguros, uma meta abusiva, e se o critério seria esse, por que não informaram no começo do jogo?”, questiona um funcionário do Santander.

Acompanhada das metas abusivas, vem a ameaça para o seu cumprimento e as consequências: adoecimento e afastamento, como relata um outro bancário. “A regional cobra que temos de entregar a meta, que não temos mais desculpas e que a nossa avaliação vai ser prejudicada se não entregarmos. A consequência disso é que dois funcionários foram afastados só este mês”, relata.

O Sindicato acionou o Santander sobre as denúncias, e o banco respondeu que iria apurar. Entretanto, ainda não deu retorno. “As cobranças fazem parte da organização de trabalho dos bancos e vêm em cadeia, na qual a pressão se agrava conforme o nível de posição da pirâmide hierárquica vai baixando”, critica a diretora executiva e bancária do Santander Maria Rosani.

Equilíbrio, respeito e ética – No ano passado, o Santander se comprometeu com o movimento sindical, por meio da ratificação do acordo coletivo aditivo dos trabalhadores do banco, a orientar seus gestores sobre boas práticas de gestão para que as relações de trabalho sejam cada vez mais equilibradas, respeitosas, responsáveis e éticas.

“Mas denúncias mostram que alguns gestores não estão cumprindo com aquilo que foi estabelecido entre o banco e o movimento sindical”, critica Maria Rosani. “Nós cobramos para que os trabalhadores sejam respeitados e o Santander se comprometa com a promoção de um ambiente de trabalho equilibrado, respeitoso responsável e ético, exatamente como está descrito no acordo coletivo assinado pelo banco”, finaliza a dirigente.  


Redação – 19/8/2015
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