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Renovado instrumento de combate ao assédio moral

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Cerca de 115 mil bancários do Banco do Brasil estão incluídos no acordo, fruto da conquista dos bancários que lutaram na Campanha Nacional Unificada 2012
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São Paulo – O acordo que visa coibir o assédio moral no local de trabalho foi renovado nesta terça-feira 27, na sede da Fenaban. O importante agora é o bancário utilizar o canal de denúncia e fortalecer o instrumento para que de fato o dia a dia no ambiente de trabalho seja saudável. É o que defende a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, ao ressaltar a importante conquista dos trabalhadores que lutaram na Campanha Nacional Unificada 2012.

Itaú, Bradesco, Caixa, Santander, HSBC, Safra, BIC, Votorantim, Citibank e, pela primeira vez, o Banco do Brasil, assinaram esse Protocolo para Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho. O destaque deste ano é a adesão do BB, que resultará em um acréscimo de 115 mil bancários incluídos no acordo, que poderão utilizar o canal específico de denúncia para relatar, via Sindicato, casos de assédio moral.

Desde 2011, os trabalhadores contam com o instrumento, conquistado durante a Campanha Nacional Unificada de 2010. “Foram mais de dois anos de luta para que conseguíssemos chegar ao consenso de uma redação final para o acordo. Por isso, além de reconhecermos o avanço em renovar esse instrumento, comemoramos a adesão do BB, que será de extrema importância para os bancários da instituição”, ressaltou Juvandia.

BB – No Banco do Brasil, a não adesão ao instrumento de combate ao assédio moral desde o início impediu que o bancário pudesse fazer a denúncia diretamente no Sindicato. Era preciso procurar a ouvidoria, que era incumbida de apurar e encaminhar as denúncias de conflito no local de trabalho ao Comitê de Ética. “Entretanto, sabemos que essa medida estava comprometida, pois muitas denúncias não chegavam ao Comitê e não havia o acompanhamento do Sindicato na resolução dos problemas. Daí a importância da adesão do BB ao acordo”, explicou a presidenta do Sindicato.

São Paulo – Desde a criação do instrumento, o Sindicato recebeu 860 denúncias. Desse total, 602 foram resolvidas com ação sindical (reunião no local de trabalho ou protestos). Outras 224 foram enviadas ao banco pelo instrumento de combate ao assédio moral e 181 foram resolvidas. Somente 34 foram recusadas por falta de elementos. Além disso, há vários casos de bancários demitidos e que foram reintegrados devido ao programa.

“Tivemos resultados importantes e é preciso continuar no esforço para que os processos e procedimentos sejam aprimorados. Um dos desafios para o futuro serão os casos de reincidência, o que ainda não está previsto no acordo, mas sabemos que acontece no dia a dia”, ponderou Juvandia. “A participação dos bancários, que saem do isolamento e denunciam quando sofrem assédio moral, é o que faz o projeto funcionar. Para melhorar o ambiente de trabalho e prevenir adoecimentos, é importante que a denúncia seja feita”, completou.

Denuncie – Assédio moral é a exposição repetitiva e prolongada dos funcionários a situações humilhantes e constrangedoras, durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções. É praticado pelos chefes contra seus subordinados, interferindo na vida do trabalhador de forma direta, comprometendo sua dignidade e relações afetivas e sociais.

> Clique aqui para denunciar casos de assédio moral

A denúncia precisa estar bem fundamentada, de forma que possa ser checada pelo Sindicato antes de ser encaminhada ao banco. O denunciante precisa se identificar, para receber retorno da entidade. Os nomes dos empregados, denunciante e denunciado, são preservados.

O Sindicato tem prazo de dez dias úteis para apresentar a denúncia ao banco, que, por sua vez, tem 60 dias corridos para apurar o caso e prestar esclarecimentos ao Sindicato. As denúncias apresentadas de forma anônima continuarão a ser apuradas fora desse programa.


Tatiana Melim – 27/11/2012

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