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Lucro do Itaú cresce 45% em 2021 e atinge R$ 26 bilhões, com aumento da sobrecarga de trabalho

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Arte com fundo laranja e logo do Itaú atrás de um gráfico em flecha indicando subida. Atrás, um saco de dinheiro em cima de moedas

Em 2021, o Itaú Unibanco obteve lucro líquido recorrente gerencial, que exclui efeitos extraordinários, de R$ 26,879 bilhões, alta de 45% em relação a 2020. No quarto trimestre, o banco obteve lucro líquido recorrente gerencial de R$ 7,159 bilhões, com alta de 5,6% em relação ao trimestre anterior, que foi de R$ 6,779 bilhões.

A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 9,3% em doze meses, totalizando cerca de R$ 43,3 bilhões. As despesas de pessoal, considerando a PLR, por sua vez, cresceram 10,8% no período, somando R$ 24,8 bilhões.

Dessa forma, a cobertura destas despesas pelas receitas com prestação de serviços do banco foi de 174,2% no período. Ou seja, só com a prestação de serviços e tarifas bancárias, o Itaú consegue pagar toda a sua folha de pagamento e ainda sobram R$ 18,4 bilhões.

“Mais uma vez, como em todos os trimestres, o dado comprova que o Itaú tem totais condições de contratar mais bancários para prestar um atendimento mais condizente com as altas tarifas e serviços bancários cobrados dos clientes, bem como para diminuir a sobrecarga de trabalho e o acúmulo de funções, que é uma realidade no banco, e que causa muitos adoecimentos entre os trabalhadores", afirma Marta Soares, secretária de Comunicação do Sindicato e bancária do Itaú.

Ao final de 2021, a holding contava com 87.341 empregados no país, com abertura de 3.422 postos de trabalho em doze meses. De acordo com o relatório do banco, esse saldo se deve a contratações para a área de TI, visando acelerar o processo de transformação digital.

Em 2016, o Itaú tinha 68,1 milhões de clientes, número que saltou para 90,3 milhões no quarto trimestre de 2021. Um aumento de 32,5%. A quantidade de trabalhadores, por sua vez, aumentou apenas 8,0% no mesmo período, passando de 80.871 para os atuais 87.341. Os dados são do Banco Central e das Demonstrações Financeiras do Itaú.

Em 2016, o Itaú possuía 842,8 clientes para cada funcionário. Já em dezembro de 2021, essa relação subiu para 1.034 clientes para cada funcionário. Um aumento de 22,7%.

“Novamente os dados reforçam que as contratações realizadas em 2021 não passaram nem perto de diminuir a sobrecarga de trabalho no Itaú, onde as metas são cada vez mais abusivas, o que resulta em muitos adoecimentos causados pela cobrança excessiva por resultados para obtenção de um lucro cada vez maior”, afirma Marta Soares.

Foram fechadas 15 agências físicas no Brasil e abertas 28 agências digitais no período de 12 meses encerrados em dezembro de 2021, totalizando 3.026 e 223 unidades, respectivamente.

No país, o retorno recorrente consolidado sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado do banco (ROE) foi de 19,9% no período, com alta de 4,6 pontos percentuais em doze meses. De acordo com o relatório do banco, esse resultado se deve ao crescimento da carteira de crédito e a mudança do “mix” da carteira no segmento do varejo, que levaram ao crescimento de 8,3% na margem financeira com clientes.

A Carteira de Crédito do banco cresceu 18,2% em doze meses, atingindo R$ 1.027,2 bilhões. As operações com pessoas físicas (PF) no país cresceram 30,2% em doze meses, totalizando R$ 331,7 bilhões, com destaque para o crédito imobiliário (+53,7%), cartão de crédito (+30,0%) e veículos (+27,2%).

As operações com pessoa jurídica tiveram alta de 11,3% no período, totalizando R$ 282,6 bilhões. O segmento das micro e pequenas empresas (MPE) somaram R$ 149,6 bilhões no país, com alta de 23,1% em doze meses, enquanto a carteira de grandes empresas cresceu, apenas, 0,6% no período, totalizando R$ 133,1 bilhões.

A carteira de crédito para a América Latina apresentou alta de 1,4% em doze meses, atingindo R$ 204,8 bilhões.

O índice de inadimplência superior a 90 dias, no país, cresceu 0,1 ponto percentual em doze meses, ficando em 2,8% no ano. As despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) foram reduzidas em 38,7% em relação ao mesmo período de 2020, totalizando R$ 18,5 bilhões em dezembro de 2021.

“O lucro astronômico apresentado pelo Itaú, em conjunto com a sobrecarga de trabalho e os adoecimentos, atestam que o banco tem a obrigação de ampliar o número de postos de trabalho a fim de reduzir a sobrecarga de trabalho que causa tantos adoecimentos e lidar com as metas sempre crescentes exigidas pela direção da instituição financeira; e também para condizer com as mensagens de responsabilidade social veiculadas nas publicidades da empresa. Gerar empregos: isso muda o mundo”, afirma Marta.

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