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Nas ruas e redes, bancários protestam por redução dos juros

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Presidenta do Sindicato dos Bancários, Ivone Silva, durante ato no Banco Central pela redução dos juros

Nesta terça-feira, 14 de fevereiro, bancários e bancárias de todo o país, organizados pela CUT e Contraf-CUT, estiveram nas ruas e redes protestando contra a elevadíssima taxa de juros, de 13,75%, a maior do mundo, imposta pelo Banco Central. Na capital paulista, o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região promoveu um ato em frente a sede do Banco Central, na Avenida Paulista.

"Estamos cobrando do presidente do Banco Central, Campos Neto, que reduza essa taxa de juros. Uma taxa de juros que é ruim para a economia, ruim para a produção, ruim para a geração de emprego e renda, ruim para as pessoas que estão pagando 400% ao ano no rotativo do cartão de crédito. É uma taxa de juros que não se explica e queremos satisfação sobre isso. Nós queremos juros mais baixos para que a economia se desenvolva, para que a gente tenha industrialização, políticas de produção, de crédito e de desenvolvimento"

Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

"Essa discussão sobre a autonomia do Banco Central para nós é muito importante. Porque o Banco Central é autônomo da sociedade, mas não é autônomo do mercado financeiro. Só privilegia os altos juros, que beneficiam apenas o mercado financeiro e o rentismo", acrescenta a secretária-geral do Sindicato. 

A presidenta do Sindicato, Ivone Silva, em artigo, lembrou que o movimento sindical bancário já alerta há tempos para os problemas acarretados por um Banco Central independente, com mandatos não alinhados com as trocas de governo. 

"Na prática, estamos vivendo o que o movimento sindical já previa: com a autonomia do BC, o governo terá enormes dificuldades em fazer política fiscal, em função do teto de gastos, e em implementar uma política monetária, pois terá que conviver por dois anos com um Banco Central comprometido com o projeto político anterior, derrotado nas urnas"

Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

"Temos os juros mais altos do mundo. Com o controle do Banco Central, o sistema financeiro eleva a Selic e não controla a inflação. Manter a taxa de juros, neste momento, vai encarecer o crédito em um momento em que a população está sem renda, desaquecendo a economia brasileira (...) Não podemos aceitar que o Banco Central mantenha uma política econômica contrária aos interesses dos trabalhadores", declarou a presidenta do Sindicato durante o ato desta terça na Avenida Paulista.

Nas redes

Além dos atos presenciais pela redução da taxa de juros, também foi realizado um tuitaço com a hashtag #JurosBaixosJá, que alcançou o sexto lugar entre os assuntos mais comentados no Brasil.

Frente Parlamentar

Também nesta quarta-feira, 14 de fevereiro, às 16h30, no salão verde da Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar Contra os Juros Abusivos.

“O tema dos juros tem sido destaque no debate político e econômico nacional. Nós não concordamos com a decisão do Banco Central de manter a taxa Selic no patamar de 13,75%, a mais alta taxa de juros reais do mundo. Esse é um tema central para os rumos da economia brasileira, para a geração de empregos e deve ser debatido por toda a sociedade e não somente pelo sistema financeiro”, declarou o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) em entrevista ao Diário do Centro do Mundo.  

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