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Chapéu
Conferência

Desmonte da saúde da mulher foi tema central dos debates

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Resistência e lutas traduziram os três dias de debates da 2ª Conferência Nacional de Saúde da Mulher, de onde saiu agenda de mobilizações tenta barrar desmonte das políticas públicas na área da saúde
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Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

São Paulo - Resistência e lutas traduziram os três dias de debates da 2ª Conferência Nacional de Saúde da Mulher, conforme mostrou o protesto realizado já na abertura oficial do encontro, que aconteceu de 17 a 20 de agosto em Brasília.

Para a secretária nacional da Saúde do Trabalhador da CUT, Madalena Margarida, a manifestação que escorraçou o ministro da Saúde da mesa e o ato público realizado horas antes foram o combustível para o enfrentamento ao desmonte do Estado que está sendo promovido pelo atual governo. “A maioria das mulheres já chegou com essa perspectiva, pois como foi um espaço construído na resistência, a etapa nacional simbolizou tudo o que a gente vivenciou nos municípios e estados. Então essa 2ª conferência representa, nas nossas vidas, apenas um passo extraordinário que demos, não no avanço da política, mas no sentido de termos mulheres mais inseridas nos debates e retomando os espaços de discussão sobre os direitos sexuais e reprodutivos e sobre a saúde da mulher”, avaliou a dirigente, segundo matéria da CUT.

A partir de agora, explicou Madalena, a CUT terá outra tarefa: fazer o debate interno de articulação com o movimento de mulheres e a construção de um manifesto. “Precisamos pegar tudo o que a gente conseguiu aprovar até aqui, todos os avanços e acúmulo do debate, que é mais importante que a proposta, e trazer para dentro. Fazer com que os sindicatos e nossos dirigentes participem mais do controle social. Construímos as propostas, as moções, as emendas, discutimos, ampliamos e agora é hora de pegar o documento finalizado e discutir com nossas bases como vamos lutar por essa implementação.”

Segundo ela, nos quatro eixos debatidos na Conferência, conforme documento orientador publicado pelo Conselho Nacional de Saúde, o mote era o de resistência, enfrentamento e indignação com o sucateamento do Sistema Único de Saúde e, consequentemente, à saúde da mulher. Com isso foram aprovadas propostas em relação à saúde sexual reprodutiva, além de uma moção contra o Estatuto do Nascituro.

Em relação à saúde da mulher trabalhadora, a dirigente afirmou que é extremamente desolador saber que na nova legislação trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional em 12 de julho e que entrará em vigor a partir de novembro, o impacto para a vida das mulheres será bem maior. “Mas nada nunca foi de graça pra gente e acho que as mulheres vão encontrar uma forma de fazer o enfrentamento a essa lei. As vaias da abertura do evento mostraram isso: vamos para o enfrentamento seja com o patrão, seja com esse governo golpista. Não iremos nos calar!”

O documento final da 2ª Conferência Nacional de Saúde da Mulher, que tem mais de 300 propostas, está previsto para ser apresentado a partir da segunda quinzena de setembro deste ano, quando a Comissão Nacional Organizadora se reunirá para produzir o relatório. A previsão é entregar ao Conselho Nacional de Saúde em outubro.

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