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Chapéu
Já é o 3º trimestre consecutivo

Funcef: por que os resultados positivos não chegam nos participantes?

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Desenho com notas de dinheiro, moedas e gráficos representando crescimento, para simbolizar resultado positivo da Funcef

A Fundação dos Economiários Federais (Funcef) apresentou, na terça-feira 31, os resultados do primeiro trimestre de 2021, com superávit de R$ 3,6 bilhões e uma rentabilidade consolidada de 11,61%, acima da meta atuarial, de 6,26%. A carteira da Fundação chegou a R$ 88,2 bilhões.

Já é o terceiro trimestre consecutivo que o fundo de pensão dos empregados da Caixa Econômica Federal apresenta resultado positivo. “Mas isso não chega para os participantes, e a resposta da Funcef, quando foi indagada do motivo, não foi consistente”, enfatiza Valter San Martin, dirigente sindical e Conselheiro Fiscal suplente eleito na Funcef.

O equacionamento vigente do REG/Replan saldado é de R$ 19,5 bilhões.

“Esse resultado positivo tem de chegar aos 135 mil participantes. Estamos pagando equacionamento, que é uma contribuição extraordinária, e o regulamento diz que quando o fundo volta a se equilibrar, esses pagamentos podem ser diminuídos ou encerrados. Portanto, o Sindicato cobra e os empregados da Caixa esperam que os seguidos resultados positivos gerem um abatimento neste valor.”

Valter San Martin Ribeiro, dirigente sindical e Conselheiro Fiscal suplente eleito na Funcef

De acordo com o resultado das carteiras em geral, a maior rentabilidade foi nos investimentos em renda variável, com 23,45% acima da meta atuarial. Mais uma vez o resultado deste segmento foi puxado pelas ações Vale (Carteira Ativa II), que obteve uma rentabilidade expressiva de 49,31% no período, com resultado de R$ 4,2 bilhões – o que corresponde a 46% do consolidado.

Investimentos Estruturados foi o segundo melhor resultado, com 20,18% acima da meta. Operações com participantes atingiram 7,87%, seguido de investimentos em renda fixa, com 7,09%. Outros investimentos e investimentos imobiliários não atingiram a meta, com resultado de 6,17% e -1,26% respectivamente.

Resultado dos investimentos por plano

Com exceção do Novo Plano CD (empregados ativos), que continua com a cota desvalorizada em relação a dezembro de 2020, diante de um resultado de 6,21%, todos os planos de benefício administrados pela fundação superaram a meta atuarial de 6,26%. No Reg/Replan Saldado, os investimentos renderam 14,09%. O Não Saldado alcançou 12,32%. Estes planos são majoritariamente alocados em renda variável, na Carteira Ativa II (Vale).

A rentabilidade do REB CD foi de 7,91% e do REB BD (aposentados), 7,27%. O Novo Plano BD (aposentados) obteve resultado tímido, mas acima da meta, com 7,11%.

Estas são as informações gerais divulgadas na apresentação dos resultados. A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) vai realizar uma análise mais detalhada assim que a Funcef disponibilizar os relatórios no site.

CNPC 30

O presidente da Funcef, Gilson Santana, informou que os estudos para implementação da resolução 30 do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) estão em andamento. A aplicação da medida permite alongar o prazo e, portanto, reduzir as contribuições extraordinárias dos equacionamentos do Reg/Replan Saldado em 2014 e 2015. A Fenae solicita a aplicação da resolução desde 2018, quando foi publicada.

Incorporação do REB ao Novo Plano

O presidente da Funcef afirmou que os estudos e o cronograma de implementação para incorporação do REB ao Novo Plano devem ser concluídos ainda em 2021. A expectativa é que a incorporação aconteça em 2022.

CGPAR 25

Segundo o presidente da Fundação, a implementação da CGPAR 25 deve gerar um impacto positivo de R$ 1,34 bilhão no Reg/Replan Não Saldado, o que pode permitir o reequilíbrio do plano no exercício de 2021. O Não Saldado ainda tem um valor de R$ 1,68 bilhão a ser equacionado.

É importante lembrar que a implementação da CGPAR 25 é extremamente prejudicial aos participantes. Com as mudanças, o custo do plano diminui porque uma série de benefícios serão reduzidos, como a correção no cálculo do benefício, que passa a ter como base a média dos últimos 36 salários de contribuição, em lugar da regra atual que considera somente os 12 últimos salários. Também será feita a desvinculação do reajuste dos benefícios em relação ao reajuste dos trabalhadores da ativa.

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