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Protesto contra mudanças unilaterais no Santander

Linha fina
Sindicato cobrou negociação sobre conversão de agências convencionais em unidades de negócio; medida reduz funcionários, extingue caixas, prejudica atendimento e gera insegurança nos locais de trabalho
Imagem Destaque
Felipe Rousselet, Redação Spbancarios
27/10/2016


São Paulo - Em protesto contra a decisão unilateral da direção do Santander de converter parte de suas agências convencionais em unidades de negócio, o Sindicato paralisou nesta quinta-feira 27 as atividades de nove agências impactadas pela mudança na capital paulista e também promoveu protestos nas regionais responsáveis por estes locais.

> Fotos: algumas imagens dos atos

“Ao transformar agências em unidades de negócios, o banco reduz o quadro de funcionários; extingue caixas, prejudicando o atendimento à população; e remove itens de segurança fundamentais como vigilantes e portas giratórias, arriscando a vida de clientes e bancários. Mudanças como essa, que impactam diretamente no emprego bancário, devem ser discutidas com o movimento sindical e com os funcionários para que não haja prejuízo aos direitos dos trabalhadores e clientes”, destaca o diretor do Sindicato e bancário do Santander Marcelo Gonçalves.

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De acordo com o dirigente sindical, os canais de atendimento propiciados pelas novas tecnologias não podem ter o único objetivo de maximizar o lucro do banco, cortando custos e reduzindo postos de trabalho. “O Brasil é o país que gera maior lucro para o Santander, sendo responsável por 20% do lucro mundial. Porém, na Espanha e outros países da América Latina, onde o banco tem resultados bem menos expressivos, não são realizadas demissões compulsórias e imposições unilaterais como as que ocorrem no Santander Brasil. Diferente do que acontece aqui, a tecnologia é utilizada para dinamizar a relação com o cliente e facilitar o trabalho do bancário, não eliminá-lo.”

Mesmo com lucro de R$ 5,350 bilhões nos primeiros nove meses do ano, crescimento de 6,7% em relação ao ano passado, o Santander eliminou 2.495 postos de trabalho no período. Já a receita com tarifas cresceu 13,9%, totalizando R$ 9,86 bilhões. Somente com o que fatura com as taxas cobradas dos clientes, o banco espanhol cobre 154,56% das suas despesas com pessoal.

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Clientes – Além de dialogar com bancários, os dirigentes sindicais também conversaram com comerciantes e a população em geral sobre as mudanças no modelo de negócio do Santander.

“Explicamos que, ao converter agências em unidades de negócio, o banco 'seleciona' clientes com 'mais potencial' para estes locais e deixa o restante da população sem atendimento. Enquanto aqueles que possuem uma renda maior são tratados como 'vips', os demais são expulsos das agências. Enquanto concessão pública, é dever do banco garantir atendimento de qualidade para todos os usuários, disponibilizando caixas em número suficiente para tanto”, enfatiza Marcelo, reforçando ainda que a escolha do canal de atendimento cabe ao cliente, e não ao banco.

> Carta aberta aos clientes

“Vamos continuar cobrando que a direção do Santander abra negociação com o movimento sindical sobre a questão das agências de negócios. Novos protestos e paralisações não estão descartados”, conclui o dirigente sindical.
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