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"A democracia é o oxigênio do povo”

Linha fina
Povo unido foi às ruas em São Paulo ressaltar que o Brasil não pode retroceder quando o assunto é democracia e destacou o a importância de se fazer a reforma política
Imagem Destaque

São Paulo - “A democracia é o oxigênio do povo. Não pode faltar. O ar pode ser puro ou impuro, mas sem ar ninguém vive. A ditadura é exatamente a ausência de vida, ausência de oxigênio, é tudo de ruim que a humanidade pode imaginar.” Foi o que disse Adriano Diogo, deputado estadual (PT). Sua fala feita embaixo de um guarda-chuva em meio a 100 mil manifestantes na Avenida Paulista resume a sexta-feira 13 de março.

> Cem mil na Paulista em defesa do Brasil

Na mesma data no ano de 1964 ocorria no Rio de Janeiro o Comício das Reformas, quando o então presidente João Goulart discursou também para cerca de 100 mil pessoas em defesa das chamadas reformas de base.

Os motivos eram muito semelhantes aos do ato de 1964. Hoje, as vozes que ecoavam na Avenida Paulista, que seguiram pela Consolação e pararam na Praça da República eram pela reforma política, pela democracia, por direitos dos trabalhadores, em defesa da Petrobras. “Estamos na rua, entre outras lutas, para apoiar a reforma política, principalmente o fim do financiamento de campanhas feito por empresas. Hoje o Congresso Nacional, em sua grande maioria, representa interesse de empresas, e ele deve representar o povo. Em direito do trabalhador não se mexe”, destacou Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato.

“A empresa que financia um candidato tem muito mais peso que qualquer um, isso desfigura a democracia. Esse financiamento é a principal fonte da corrupção, esse sistema leva à corrupção”, comentou a professora Maria Rita Loureiro.

“Acho fundamental a organização desse ato, entre as reivindicações, ele também vai contra o que poderia se tornar um golpe. Temos independência e a opinião de não apoiar o que não é bom para o trabalhador”, ressaltou Pio Mielo, professor do Centro de Formação Profissional do Sindicato, especialista em finanças.

A força e a voz do povo - Trabalhadores nas ruas. Metalúrgicos, professores, estudantes, bancários, jornalistas, intelectuais, petroleiros, artistas, aposentados, militantes ou não. O que se viu foi unidade, todos sabiam o motivo: “Estamos aqui na defesa dos nossos empregos, da democracia e da reforma política”, disse o metalúrgico Denis Antônio da Silva. “Estamos aqui para defender a democracia, não respeitar isso coloca todos os nossos direitos em xeque. E a importância da Petrobras é para que o dinheiro que vem dela fique com os brasileiros, o lucro vai para a educação, vai para a saúde, é herança para o povo”, lembrou Angélica Brito, moradora de São Bernardo que fez questão de ir à manifestação.

O poeta Emerson Alcalde também atravessou a cidade para ter voz ativa. “Vim da zona leste para mostrar o outro lado, o lado da periferia, defender o governo que elegemos e cobrar as promessas, não tirá-la [a presidenta Dilma] de lá com um golpe”, protestou. Opinião parecida com a do jovem jornalista Wesley Mesquita: “Precisamos defender nossos votos, precisamos mostrar que a democracia veio para ficar. Temos que mostrar, principalmente para a mídia, que a juventude tem muita força”, destacou.

O hip hop também estava representado no protesto. “Sempre que a gente conquista alguma coisa querem nos tomar. Querem mudar as regras. As regras não podem ser mudadas. O que foi vencido legitimamente ninguém vai tomar da gente”, falou no microfone na Avenida Paulista o rapper Rappin' Hood.


Gisele Coutinho, Luana Arrais e Rodolfo Wrolli - 13/3/2015

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