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Boff: reduzir maioridade é 'vingança da sociedade'

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Teólogo, filósofo e escritor disse ser a favor da reeducação dos jovens e acha prisão a pior escola que há
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Brasília - O teólogo, filósofo e escritor Leonardo Boff defendeu a manutenção da maioridade penal ao participar do programa Espaço Público da TV Brasil, na terça 28. Ele disse ser a favor da reeducação dos jovens que cometem crimes. Boff acredita que a prisão é a pior escola que existe. Por isso, segundo o teólogo, a redução da maioridade penal para 16 anos, como previsto na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93, em tramitação na Câmara dos Deputados, "seria uma espécie de vingança que a sociedade faz contra os jovens".

De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, 111 mil adolescentes cumprem medida socioeducativa. Desses, 88 mil fazem prestações de serviços e 23 mil estão internados. Do universo de adolescentes em privação de liberdade, 63% cumprem medida socioeducativa por furto, roubo ou tráfico de drogas e 0,01% praticou atos contra a vida.

Boff é um dos iniciadores da chamada Teologia da Libertação – que trabalha pelo direito dos pobres, o direito à vida e à liberdade – e ganhou vários prêmios na luta em favor dos marginalizados. Foi ordenado sacerdote da Igreja Católica, mas deixou a congregação pelas posições consideradas polêmicas, levantadas pela Teologia da Libertação. Atualmente, ele assessora comunidades de base e ministra cursos em universidades brasileiras e estrangeiras.

"Hoje quase todas as religiões estão doentes, doentes de fundamentalismo e aí, o atraso. Porque as pessoas ficam rígidas, excluem, não dialogam", disse. "A função principal da religião é dar aquela aura que o ser humano precisa para dar um sentido mais profundo à vida", destacou ao analisar a situação atual das religiões no mundo.


Mariana Tokarnia, da Agência Brasil, com edição da Redação - 29/4/2015
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