São Paulo – A luta dos bancários do HSBC continua em meio ao clima de medo que ronda agências e setores administrativos. O Sindicato realizou na quarta-feira 10 ato no HSBC CAM pela manutenção dos empregos no banco que está vendendo suas operações no Brasil.
“Estamos só esperando o que virá, já tem muito cliente perguntando se sabemos o que irá acontecer, isso desde que os rumores começaram, agora só nos resta esperar”, comentou uma das funcionárias do centro administrativo do HSBC localizado no bairro do Morumbi, zona sul de São Paulo.
Durante o ato, que contou com a distribuição do jornal Xangai, específico para os bancários da instituição, muitos trabalhadores relataram clima tenso e de desconfiança no banco. “Tivemos uma reunião ontem e nos falaram que nada irá mudar e para continuarmos nosso trabalho e com foco nos negócios, mas todos estão preocupados com a questão dos empregos”, disse outra bancária.
Na terça-feira 9, o HSBC anunciou mudança estratégica no seu modelo de negócios no Brasil e no mundo, e confirmou que pretende vender sua operação no país. E informou que planeja manter presença no Brasil para atender clientes corporativos de grande porte em suas necessidades internacionais. A notícia repercutiu na mídia brasileira que divulgou a possível demissão de 50 mil funcionários do banco em todo o mundo. O presidente da instituição no Brasil, questionado pela presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, negou o encerramento das atividades no Brasil e qualquer dispensa.
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“Milhares de famílias dependem do HSBC no Brasil, estamos pressionando banco, governo e até possíveis compradores para que os empregos sejam mantidos”, ressalta o diretor do Sindicato, Luciano Ramos (foto). “Na quarta-feira temos reunião com o banco, da qual também participam também o sindicato de Curitiba e a Contraf-CUT. Vamos discutir a situação e cobrar mais informações, além da garantia dos empregos”, completou Luciano, que lembrou a possibilidade de greve caso necessário.
O HSBC confirmou em 22 de maio que iria iniciar negociações para vender suas operações brasileiras. O banco inglês tem cerca de 21 mil funcionários e 850 agências no país. Demissões ocorridas no final de 2014 iniciaram os rumores da venda que se intensificaram este ano após o escândalo com a filial suíça.
Além do Santander, Itaú e Bradesco estariam interessados na compra.
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Luana Arrais – 10/6/2015
Linha fina
Desta vez, manifestação foi realizada no CAM. Luta continua em meio ao clima de medo que ronda agências e setores administrativos
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