São Paulo – Não haverá demissão em massa no processo de aquisição do HSBC pelo Bradesco. A garantia foi dada pela direção dos dois bancos aos representantes do Sindicato dos Bancários de São Paulo e de Curitiba, da Fetec-CUT Paraná e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) em reunião realizada na tarde de terça-feira 4. Antes, pela manhã, houve ato em frente ao Casp (Centro Administrativo de São Paulo), concentração do banco inglês em São Paulo (foto à esquerda).
> Ato no Casp após anúncio de venda
Os dirigentes sindicais cobraram a manutenção dos empregos e direitos dos trabalhadores e receberam dos bancos o compromisso de que o diálogo estará aberto durante todo processo de fusão e a transição será feita com tranquilidade.
“Os dois bancos afirmam que não haverá demissão em massa e reiteram a disposição de diálogo com o movimento sindical. O Bradesco disse que não pedirá cortes e o HSBC informou que também não pretende fazê-los: o banco precisa continuar operando e dando lucro, já que o valor da transação é ajustável”, relata a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. “Até que saia a aprovação da venda, que pode durar seis meses, a gestão será do HSBC e o compromisso dos dois bancos é de manter a transparência com os sindicatos e os trabalhadores.”
Oportunidades – O Bradesco informou, ainda, que os trabalhadores do HSBC serão acolhidos com oportunidades iguais. Questionado pelo Sindicato sobre a situação de quem já é do Bradesco, os representantes do banco declararam que não haverá nenhum impedimento, retaliação, ou discriminação, inclusive para aqueles que deixaram o Bradesco para ir para o HSBC e agora retornarão. “Eles disseram que em outras incorporações houve trabalhadores que voltaram e ficaram. O compromisso do Bradesco é de realocar onde estiver sobrando, mas como não conhece toda a operação do HSBC, só poderá avaliar melhor a situação quando ver como é. Queremos conversar sobre Curitiba, sobre os departamentos e o Bradesco reafirmou que o canal de diálogo estará aberto”, afirma Juvandia.
Direitos – Os bancos também foram questionados em relação aos direitos que os trabalhadores do HSBC têm e os do Bradesco não têm. “Por exemplo, o auxílio-educação: o Bradesco não paga e o HSBC paga. É uma reivindicação antiga do movimento sindical e queremos que o Bradesco, assim que assumir, debata essas diferenças.”
O presidente da Contraf-CUT, Roberto Von der Osten, ressaltou: “A reunião nos tranquiliza porque eles garantiram que não haverá demissão em massa, mas vamos ficar atentos e acompanhando eventuais desligamentos. O banco também afirmou que o Bradesco, entre os interessados pela compra do HSBC, é o que apresenta maior complementariedade em relação a produtos, serviços e rede de agências, gerando menos atritos.”
Redação - 4/8/2015
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Reunião com movimento sindical durou duas horas e bancos garantiram diálogo aberto durante todo processo de fusão e transição tranquila. Antes, pela manhã, teve ato no Casp do HSBC
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