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Brasília – Foi com grande emoção que teve início oficialmente na noite de terça-feira 11 no Estádio Nacional Mané Garrinha, em Brasília, a 5ª Marcha das Margaridas. A mobilização, organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) pretende levar dezenas de milhares de pessoas para a capital federal a fim de afirmar bandeiras de lutas.
A manifestação está marcada para ser encerrada na quarta 12, com a caminhada pela esplanada dos ministérios e entrega de pauta para a presidenta Dilma Rousseff.
Com a presença de mulheres do campo, da floresta e das águas, a abertura mostrou que os ideais de Margarida Maria Alves, inspiradora da marcha, continuam vivos. Ela foi brutalmente assassinada no dia 12 de agosto de 1983, com um tiro de espingarda no rosto, desferido por um matador de aluguel. Ela estava em frente à própria casa, em Alagoa Grande (Paraíba), na presença do marido e do filho de apenas dez anos de idade. O crime foi considerado político e comoveu a opinião pública nacional e internacional. Margarida costumava dizer que era “melhor morrer na luta do que morrer de fome".
“A Marcha é um referencial de mudança dos rumos, de conquista de politicas públicas para nosso país”, ressaltou a coordenadora-geral e secretária de Mulheres da Contag, Alessandra Lunas. “São muitas as conquistas. Se a gente listar, temos muito a comemorar, como exemplo cito o programa de documentação para trabalhadora rural”, destacou, fazendo referência ao fato de que a Marcha não é um evento estático, mas um processo contínuo.
A pauta deste ano, a ser entregue para Dilma, tem como base os eixos da Marcha: soberania e segurança alimentar; terra água e agroecologia; sociobiodiversidade e acesso a bens naturais; autonomia econômica, trabalho e renda; violência sexista; direito à saúde e saúde reprodutiva; democracia, poder e participação.
“A Marcha é feita por companheiras que atravessaram o Brasil para fazer história. Aqui está um povo que tem ocupado as ruas e vem construindo proposições para transformar realidades depois de tanto tempo de invisibilidade”, destacou a vice-presidente da CUT Nacional, Carmem Foro.
Lula – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve presente à abertura oficial. Ele tratou do que chamou de divisão no país entre os que tinham acesso a universidades, ao crédito, à terra, comida na mesa e aqueles a quem esses direitos eram negados. Na mesma linha, lembrou das dificuldades da população em viajar por conta dos preços das passagens, ressaltou o direito à carteira assinada, conquista já do período Dilma, e ressaltou a ampliação do crédito para os agricultores.
“Quando eu assumi, o país dependia do FMI (Fundo Monetário Internacional), não tinha dinheiro para pagar importados e a agricultura familiar tinha R$ 2 bilhões de crédito. E esse ano, a Dilma anunciou R$ 28 bilhões”, disse. O Brasil quitou sua dpivida com o FMI em 2005, ainda no primeiro mandato de Lula, e virou credor em abril de 2009, quando emprestou US$ 4,5 bilhões ao Fundo.
Dirigindo-se ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, também presente, ele lembrou que, durante o anúncio do último Plano Safra, a presidenta comprometeu-se a promover o assentamento de todas as famílias que aguardam um pedaço de terra para produzir. “Ela disse que não quer até o final de seu mandato que nenhuma família acampada embaixo da lona continue lá.”
Ele encerrou sua fala citando o bom exemplo do processo de construção da Marcha. "É preciso sempre manter o diálogo com a base, assim quero afirmar: estou preparando para voltar a caminhar nesse país. Eu quero ver nossos adversários pensarem o país como nós queremos.”
A deputada federal, Erika Kokay (PT-DF), destacou. “É preciso construir um Brasil onde haja igualdade entre homens e mulheres. Que nós possamos entender que juntas somos fortes. Já a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, aproveitou para enaltecer duas mulheres que não se envergaram diante da luta, Margarida Alves e Dilma Rousseff. “São mulheres que não se calaram mesmo diante das pressões e desafios enfrentados por serem mulheres”.
Leia mais
> Governo anuncia medidas cobradas pelas margaridas
Contag, com edição da Redação - 12/8/2015
A manifestação está marcada para ser encerrada na quarta 12, com a caminhada pela esplanada dos ministérios e entrega de pauta para a presidenta Dilma Rousseff.
Com a presença de mulheres do campo, da floresta e das águas, a abertura mostrou que os ideais de Margarida Maria Alves, inspiradora da marcha, continuam vivos. Ela foi brutalmente assassinada no dia 12 de agosto de 1983, com um tiro de espingarda no rosto, desferido por um matador de aluguel. Ela estava em frente à própria casa, em Alagoa Grande (Paraíba), na presença do marido e do filho de apenas dez anos de idade. O crime foi considerado político e comoveu a opinião pública nacional e internacional. Margarida costumava dizer que era “melhor morrer na luta do que morrer de fome".
“A Marcha é um referencial de mudança dos rumos, de conquista de politicas públicas para nosso país”, ressaltou a coordenadora-geral e secretária de Mulheres da Contag, Alessandra Lunas. “São muitas as conquistas. Se a gente listar, temos muito a comemorar, como exemplo cito o programa de documentação para trabalhadora rural”, destacou, fazendo referência ao fato de que a Marcha não é um evento estático, mas um processo contínuo.
A pauta deste ano, a ser entregue para Dilma, tem como base os eixos da Marcha: soberania e segurança alimentar; terra água e agroecologia; sociobiodiversidade e acesso a bens naturais; autonomia econômica, trabalho e renda; violência sexista; direito à saúde e saúde reprodutiva; democracia, poder e participação.
“A Marcha é feita por companheiras que atravessaram o Brasil para fazer história. Aqui está um povo que tem ocupado as ruas e vem construindo proposições para transformar realidades depois de tanto tempo de invisibilidade”, destacou a vice-presidente da CUT Nacional, Carmem Foro.
Lula – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve presente à abertura oficial. Ele tratou do que chamou de divisão no país entre os que tinham acesso a universidades, ao crédito, à terra, comida na mesa e aqueles a quem esses direitos eram negados. Na mesma linha, lembrou das dificuldades da população em viajar por conta dos preços das passagens, ressaltou o direito à carteira assinada, conquista já do período Dilma, e ressaltou a ampliação do crédito para os agricultores.
“Quando eu assumi, o país dependia do FMI (Fundo Monetário Internacional), não tinha dinheiro para pagar importados e a agricultura familiar tinha R$ 2 bilhões de crédito. E esse ano, a Dilma anunciou R$ 28 bilhões”, disse. O Brasil quitou sua dpivida com o FMI em 2005, ainda no primeiro mandato de Lula, e virou credor em abril de 2009, quando emprestou US$ 4,5 bilhões ao Fundo.
Dirigindo-se ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, também presente, ele lembrou que, durante o anúncio do último Plano Safra, a presidenta comprometeu-se a promover o assentamento de todas as famílias que aguardam um pedaço de terra para produzir. “Ela disse que não quer até o final de seu mandato que nenhuma família acampada embaixo da lona continue lá.”
Ele encerrou sua fala citando o bom exemplo do processo de construção da Marcha. "É preciso sempre manter o diálogo com a base, assim quero afirmar: estou preparando para voltar a caminhar nesse país. Eu quero ver nossos adversários pensarem o país como nós queremos.”
A deputada federal, Erika Kokay (PT-DF), destacou. “É preciso construir um Brasil onde haja igualdade entre homens e mulheres. Que nós possamos entender que juntas somos fortes. Já a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, aproveitou para enaltecer duas mulheres que não se envergaram diante da luta, Margarida Alves e Dilma Rousseff. “São mulheres que não se calaram mesmo diante das pressões e desafios enfrentados por serem mulheres”.
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> Governo anuncia medidas cobradas pelas margaridas
Contag, com edição da Redação - 12/8/2015