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São Paulo – A intransigência da diretoria da Caixa Federal continua sendo a tônica da mesa de negociação com a Comissão Executiva de Empregados (CEE). Na quarta rodada específica da Campanha Nacional Unificada 2015, na sexta-feira 18, os representantes do banco disseram “não” para a reivindicação de novas contratações, o principal tema da mesa. Negaram ainda as propostas relativas a carreira, jornada, condições de funcionamento das agências e sobre o Saúde Caixa.
“Nós estamos mobilizados. O ato por mais contratações em várias agências de São Paulo nesta sexta 18 mostra isso. E vamos continuar pressionando até que o banco apresente uma proposta satisfatória. Teremos uma próxima rodada de negociação no dia 25 e esperamos que a Caixa mude de postura e que finalmente venha para a mesa com respeito aos empregados e respostas positivas às principais reivindicações”, diz Dionísio Reis, diretor executivo do Sindicato e integrante da CEE, que participa das negociações.
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Contratações – Os representantes dos trabalhadores foram enfáticos sobre a necessidade urgente de novas contratações pelo banco. “Destacamos que em dezembro de 2014 a Caixa tinha 101 mil bancários, e que hoje são 98 mil. Essa redução agravou ainda mais a sobrecarga entre os trabalhadores e afetou negativamente a qualidade de atendimento aos clientes. Não é a toa que o banco tem liderado os rankings de reclamação de clientes do BC [Banco Central]. Sem contratar, a Caixa desrespeita a população e seus empregados. Enfatizamos ainda que o número de aprovados no concurso que aguardam ser chamados chega hoje a 32 mil”, informa Dionísio.
A diretoria da Caixa culpou a situação econômica, a redução das operações de crédito e da poupança, e respondeu que, até o momento, contratar não está nos planos do banco.
Os integrantes da CEE rebateram que ao suspender as contratações, a empresa interrompe seu próprio crescimento. “Lembramos ainda que a Caixa teve um papel importantíssimo no início da crise financeira mundial, em 2008: baixou os juros e impulsionou o crédito, atuando para que o Brasil não fosse afetado. Ou seja, teve um papel protagonista em uma política anticíclica. Mas agora está apostando na retração e, assim, presta um desserviço ao país. É como se a Fenaban [federação dos bancos] estivesse à frente da atual política econômica”, critica o dirigente.
“O que percebemos é que a Caixa está entrando no jogo do sistema financeiro privado. Então, além do embate contra o PLS 555 [que prevê transformar o banco em sociedade anônima], lutamos também contra essa forma de pensar dos banqueiros, que força a retração dos bancos públicos”, acrescenta Dionísio.
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O banco também afirmou que trata os problemas de falta de empregados nas unidades com o redimensionamento da rede e a realocação dos bancários. “O problema é que nesse redimensionamento, o banco tem reduzido o pessoal das áreas de suporte à rede, como logística, retaguarda, segurança... E isso piora ainda mais a situação tanto nas agências quanto nos departamentos”, critica Dionísio. Outro problema, segundo ele, é que o banco tira essas pessoas da área de suporte e as manda para as agências que têm bons resultados. “Assim, as unidades que não estão conseguindo bater metas acabam perdendo empregados porque, como para a Caixa essas unidades não estão conseguindo se pagar e como empregado é custo, ela acaba reduzindo ainda mais o pessoal nesses locais para reduzir os custos. Vira um ciclo de retração: a agência piora ainda mais tanto nas condições de trabalho quanto no atendimento ao cliente, podendo até fechar.”
Carreira – Os empregados voltaram a reforçar que querem processos seletivos internos com critérios objetivos e transparentes. E para isso querem que a Caixa discuta esses processos com os trabalhadores. Mas o banco não mostrou disposição em abrir esse canal.
A CEE também criticou a medida adotada pelo banco de interromper a substituição em cascata quando o afastamento for de sete dias ou menos. “Deixamos claro que quem trabalha tem de receber por esse trabalho, portanto quando um empregado substitui outro de cargo mais elevado, tem de receber a diferença de salário. Mais uma vez a Caixa negou e alegou que a medida faz parte da política de cortes de custos da empresa.”
Saúde Caixa – O banco também disse “não” a todas as reivindicações relativas ao Saúde Caixa: segregação contábil do superávit (atualmente o superávit do plano de assistência é contabilizado junto com o balanço do banco e, assim, é incorporado ao lucro); a utilização do superávit para a melhoria do plano; e que o conselho de usuários se torne deliberativo. “A Caixa respondeu que iria avaliar as propostas, mas também disse que não é o momento de fazer mudanças. Ou seja, negou”, informa Dionísio.
Jornada – Negativa também para a reivindicação do fim do IHE (Indicador de Horas Extras). “Com a falta de empregados e com as metas abusivas, muitas vezes o bancário continua trabalhando sem registrar a hora extra. Isso porque o banco adotou um limite de horas extras e se o empregado o ultrapassa acaba sendo cobrado pelo gestor ou prejudicando a agência.”
Condições das agências – As demandas para melhoria das condições de funcionamento das agências também foram negadas, entre elas a abertura de novas unidades apenas com todos os dispositivos de segurança, mobiliário adequado e com no mínimo 20 bancários, e redimensionamento da rede (Reret) para que todos os estabelecimentos tenham, no mínimo, dois tesoureiros, um supervisor e um TBN por unidade.
Andréa Ponte Souza – 18/9/2015
“Nós estamos mobilizados. O ato por mais contratações em várias agências de São Paulo nesta sexta 18 mostra isso. E vamos continuar pressionando até que o banco apresente uma proposta satisfatória. Teremos uma próxima rodada de negociação no dia 25 e esperamos que a Caixa mude de postura e que finalmente venha para a mesa com respeito aos empregados e respostas positivas às principais reivindicações”, diz Dionísio Reis, diretor executivo do Sindicato e integrante da CEE, que participa das negociações.
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Contratações – Os representantes dos trabalhadores foram enfáticos sobre a necessidade urgente de novas contratações pelo banco. “Destacamos que em dezembro de 2014 a Caixa tinha 101 mil bancários, e que hoje são 98 mil. Essa redução agravou ainda mais a sobrecarga entre os trabalhadores e afetou negativamente a qualidade de atendimento aos clientes. Não é a toa que o banco tem liderado os rankings de reclamação de clientes do BC [Banco Central]. Sem contratar, a Caixa desrespeita a população e seus empregados. Enfatizamos ainda que o número de aprovados no concurso que aguardam ser chamados chega hoje a 32 mil”, informa Dionísio.
A diretoria da Caixa culpou a situação econômica, a redução das operações de crédito e da poupança, e respondeu que, até o momento, contratar não está nos planos do banco.
Os integrantes da CEE rebateram que ao suspender as contratações, a empresa interrompe seu próprio crescimento. “Lembramos ainda que a Caixa teve um papel importantíssimo no início da crise financeira mundial, em 2008: baixou os juros e impulsionou o crédito, atuando para que o Brasil não fosse afetado. Ou seja, teve um papel protagonista em uma política anticíclica. Mas agora está apostando na retração e, assim, presta um desserviço ao país. É como se a Fenaban [federação dos bancos] estivesse à frente da atual política econômica”, critica o dirigente.
“O que percebemos é que a Caixa está entrando no jogo do sistema financeiro privado. Então, além do embate contra o PLS 555 [que prevê transformar o banco em sociedade anônima], lutamos também contra essa forma de pensar dos banqueiros, que força a retração dos bancos públicos”, acrescenta Dionísio.
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O banco também afirmou que trata os problemas de falta de empregados nas unidades com o redimensionamento da rede e a realocação dos bancários. “O problema é que nesse redimensionamento, o banco tem reduzido o pessoal das áreas de suporte à rede, como logística, retaguarda, segurança... E isso piora ainda mais a situação tanto nas agências quanto nos departamentos”, critica Dionísio. Outro problema, segundo ele, é que o banco tira essas pessoas da área de suporte e as manda para as agências que têm bons resultados. “Assim, as unidades que não estão conseguindo bater metas acabam perdendo empregados porque, como para a Caixa essas unidades não estão conseguindo se pagar e como empregado é custo, ela acaba reduzindo ainda mais o pessoal nesses locais para reduzir os custos. Vira um ciclo de retração: a agência piora ainda mais tanto nas condições de trabalho quanto no atendimento ao cliente, podendo até fechar.”
Carreira – Os empregados voltaram a reforçar que querem processos seletivos internos com critérios objetivos e transparentes. E para isso querem que a Caixa discuta esses processos com os trabalhadores. Mas o banco não mostrou disposição em abrir esse canal.
A CEE também criticou a medida adotada pelo banco de interromper a substituição em cascata quando o afastamento for de sete dias ou menos. “Deixamos claro que quem trabalha tem de receber por esse trabalho, portanto quando um empregado substitui outro de cargo mais elevado, tem de receber a diferença de salário. Mais uma vez a Caixa negou e alegou que a medida faz parte da política de cortes de custos da empresa.”
Saúde Caixa – O banco também disse “não” a todas as reivindicações relativas ao Saúde Caixa: segregação contábil do superávit (atualmente o superávit do plano de assistência é contabilizado junto com o balanço do banco e, assim, é incorporado ao lucro); a utilização do superávit para a melhoria do plano; e que o conselho de usuários se torne deliberativo. “A Caixa respondeu que iria avaliar as propostas, mas também disse que não é o momento de fazer mudanças. Ou seja, negou”, informa Dionísio.
Jornada – Negativa também para a reivindicação do fim do IHE (Indicador de Horas Extras). “Com a falta de empregados e com as metas abusivas, muitas vezes o bancário continua trabalhando sem registrar a hora extra. Isso porque o banco adotou um limite de horas extras e se o empregado o ultrapassa acaba sendo cobrado pelo gestor ou prejudicando a agência.”
Condições das agências – As demandas para melhoria das condições de funcionamento das agências também foram negadas, entre elas a abertura de novas unidades apenas com todos os dispositivos de segurança, mobiliário adequado e com no mínimo 20 bancários, e redimensionamento da rede (Reret) para que todos os estabelecimentos tenham, no mínimo, dois tesoureiros, um supervisor e um TBN por unidade.
Andréa Ponte Souza – 18/9/2015