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São Paulo – Contra a proposta de reajuste apresentada pelos bancos, que sequer cobre a inflação, os trabalhadores do Bradesco Telebanco Santa Cecília paralisaram suas atividades até o meio dia desta terça-feira 29. Na mesma data, protestos da categoria foram deflagrados por todo o país em repúdio ao índice sugerido pela federação dos bancos (Fenaban) para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho. E neste prelúdio da greve, a indignação ficou evidente, assim como a disposição para uma dura batalha na Campanha Nacional em busca de respeito e dignidade.
> Dia de Luta contra proposta da Fenaban
Na sexta-feira 25, a Fenaban apresentou proposta de reajuste dos salários e dos vales de 5,5%, o que representaria perda de 4% ante uma inflação de 9,88%. Também foi oferecido abono de R$ 2,5 mil, mas os bancários não engoliram as ofertas, consideradas “migalhas”. “O abono é um cala boca para a gente não entrar em greve e aceitar o que eles propuseram”, opinou uma bancária. “Mas como todo mundo está pensando, eu acho muito pouco e a greve é a solução”, completou.
E a revolta tem motivo. Os lucros dos cinco maiores bancos (Banco do Brasil, Caixa Federal, Bradesco, Itaú e Santander) alcançou o valor de R$ 36,3 bilhões nos primeiros seis meses do ano, crescimento de 27,3% em relação ao primeiro semestre de 2014.
“É injusto. Os bancos têm que dar um aumento maior, já que lucraram tanto exatamente com o nosso esforço”, opinou um bancário. “É vergonhoso oferecerem um índice que não cobre nem a inflação. Se é isso que eles têm para oferecer, então vamos para a greve!”, afirmou outro.
Metas – O centro administrativo que reúne cerca de 2,5 mil trabalhadores é uma das portas de entrada do Bradesco, portanto a maioria dos funcionários é muito jovem. E não é só o reajuste proposto que causa insatisfação. Ali a pressão por metas é grande, como eles próprios denunciam.
“Em cada ligação eu tenho que tentar vender capitalização, crédito e mobilidade [pagamento de conta no débito automático ou por canais alternativos, como celular e internet]”, conta uma bancária. “E quem não consegue completar a venda é cobrado e até mal tratado pelo gestor. Uma colega ficou em último no ranking e o gestor tratou ela com lixo. Ela vive chorando no trabalho.”
Outro motivo de indignação é a discrepância entre os salários da diretoria dos bancos (em média R$ 419 mil) e dos bancários (R$ 6.208). “Os diretores tinham que estar mais perto da rotina dos funcionários para eles verem que o que a gente ganha é pouco perto de tanta meta, e que esse reajuste é injusto”, afirmou um bancário.
Preparados para a greve – A dirigente sindical e funcionária do Bradesco Anatiana Alves ressaltou que o Telebanco é uma área estratégica para o Bradesco, por isso o local foi escolhido para o protesto desta terça-feira 29.
“A paralisação de hoje demonstrou uma grande insatisfação dos bancários e também toda disposição de luta da categoria. Não havendo uma proposta melhor até o dia 6, estaremos preparados para construir uma forte greve nacionalmente”, acrescentou Anatiana.
Na quinta-feira 1º ocorre assembleia para deliberar sobre a proposta apresentada pela Fenaban. O movimento sindical orienta pela rejeição e indica greve a partir do dia 6. “O dia primeiro é o dia do bancário rejeitar essa proposta e falar ‘nós não somos trouxas’", afirmou a dirigente sindical Raquel Kacelnikas.
Leia mais
> Assembleia é nesta quinta, às 19h
Rodolfo Wrolli – 29/9/2015
> Dia de Luta contra proposta da Fenaban
Na sexta-feira 25, a Fenaban apresentou proposta de reajuste dos salários e dos vales de 5,5%, o que representaria perda de 4% ante uma inflação de 9,88%. Também foi oferecido abono de R$ 2,5 mil, mas os bancários não engoliram as ofertas, consideradas “migalhas”. “O abono é um cala boca para a gente não entrar em greve e aceitar o que eles propuseram”, opinou uma bancária. “Mas como todo mundo está pensando, eu acho muito pouco e a greve é a solução”, completou.
E a revolta tem motivo. Os lucros dos cinco maiores bancos (Banco do Brasil, Caixa Federal, Bradesco, Itaú e Santander) alcançou o valor de R$ 36,3 bilhões nos primeiros seis meses do ano, crescimento de 27,3% em relação ao primeiro semestre de 2014.
“É injusto. Os bancos têm que dar um aumento maior, já que lucraram tanto exatamente com o nosso esforço”, opinou um bancário. “É vergonhoso oferecerem um índice que não cobre nem a inflação. Se é isso que eles têm para oferecer, então vamos para a greve!”, afirmou outro.
Metas – O centro administrativo que reúne cerca de 2,5 mil trabalhadores é uma das portas de entrada do Bradesco, portanto a maioria dos funcionários é muito jovem. E não é só o reajuste proposto que causa insatisfação. Ali a pressão por metas é grande, como eles próprios denunciam.
“Em cada ligação eu tenho que tentar vender capitalização, crédito e mobilidade [pagamento de conta no débito automático ou por canais alternativos, como celular e internet]”, conta uma bancária. “E quem não consegue completar a venda é cobrado e até mal tratado pelo gestor. Uma colega ficou em último no ranking e o gestor tratou ela com lixo. Ela vive chorando no trabalho.”
Outro motivo de indignação é a discrepância entre os salários da diretoria dos bancos (em média R$ 419 mil) e dos bancários (R$ 6.208). “Os diretores tinham que estar mais perto da rotina dos funcionários para eles verem que o que a gente ganha é pouco perto de tanta meta, e que esse reajuste é injusto”, afirmou um bancário.
Preparados para a greve – A dirigente sindical e funcionária do Bradesco Anatiana Alves ressaltou que o Telebanco é uma área estratégica para o Bradesco, por isso o local foi escolhido para o protesto desta terça-feira 29.
“A paralisação de hoje demonstrou uma grande insatisfação dos bancários e também toda disposição de luta da categoria. Não havendo uma proposta melhor até o dia 6, estaremos preparados para construir uma forte greve nacionalmente”, acrescentou Anatiana.
Na quinta-feira 1º ocorre assembleia para deliberar sobre a proposta apresentada pela Fenaban. O movimento sindical orienta pela rejeição e indica greve a partir do dia 6. “O dia primeiro é o dia do bancário rejeitar essa proposta e falar ‘nós não somos trouxas’", afirmou a dirigente sindical Raquel Kacelnikas.
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Rodolfo Wrolli – 29/9/2015