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Democracia ameaçada, trabalhadores nas ruas

Linha fina
Atos da Frente Brasil Popular no sábado, em todo país, também são contra ajuste fiscal que penaliza a classe trabalhadora e em defesa da Petrobras
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São Paulo – Toda vez que tiverem ameaçados seus direitos e a democracia na qual são livres para atuar, os trabalhadores irão para as ruas. Por isso, movimentos sociais e sindicais que integram a Frente Brasil Popular promovem no sábado 3, Dia Nacional de Lutas em defesa da democracia, da Petrobras e contra o ajuste fiscal.

Em São Paulo, a concentração para o protesto terá início às 14h, na Avenida Paulista, 901, em frente ao prédio da Petrobras. Depois, os manifestantes seguirão em marcha pela Avenida Brigadeiro Luís Antônio até o Largo São Francisco, com encerramento na Praça da Sé.

Os atos se opõem claramente ao ajuste fiscal proposto pelo governo federal. Para as lideranças dos movimentos, a saída para a crise econômica não passa pela penalização da classe trabalhadora e corte de recursos destinados aos programas sociais. A Frente Brasil Popular defende a taxação de lucros e dividendos, de grandes fortunas e heranças, além do combate à sonegação como o caminho para superar a crise econômica e diminuir a desigualdade social.

Por outro lado, os protestos serão também em defesa da democracia e contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, proposto por setores conservadores e elitistas que, segundo o manifesto (clique aqui) da Frente Brasil Popular, deveriam apoiar uma reforma política verdadeira para colocar fim ao financiamento empresarial de campanhas eleitorais, se de fato possuíssem a intenção de combater a corrupção no país. Entretanto, os mesmos parlamentares que pedem a saída da presidenta, ameaçam aprovar pautas-bomba –projetos de lei e emendas parlamentares com grande impacto no orçamento da União em 2016 – caso o financiamento empresarial seja extinto.

“Estaremos nas ruas para defender a democracia contra o golpe. Também não aceitamos que os trabalhadores paguem pela crise. É preciso combater a terceirização, medidas que retiram direitos, eliminam empregos, reduzem salários. Além da sonegação e taxar grandes fortunas, heranças e os lucros e dividendos”, defende a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

“Nós, bancários, estamos próximos de deflagrar uma grande greve. Os banqueiros apresentaram uma proposta que não passa nem perto de cobrir a inflação, mesmo o setor lucrando R$ 36,1 bilhões no primeiro semestre, 27,4% a mais que em 2014. As categorias em campanha salarial estão unidas para que não se retire nenhum direito, que os empregos sejam preservados e em prol de ganhos reais para os trabalhadores”, enfatiza a dirigente sindical.

Petrobras – Outro objetivo do Dia Nacional de Lutas é defender a Petrobras da sanha entreguista de grupos políticos que se esforçam em desvalorizá-la para, por fim, oferecer o patrimônio brasileiro para gigantes multinacionais. Um exemplo desses ataques é o Projeto de Lei 131/2015, de autoria do senador José Serra (PSDB), que visa reduzir a participação da estatal brasileira no regime de partilha do petróleo.

“O petróleo e o pré-sal pertencem ao povo brasileiro, e são riquezas que devem se transformar em investimentos sociais, beneficiando o povo, tendo em vista aprovação da destinação dos royalties para educação e saúde”, defende a Frente Brasil Popular no texto de convocação para o Dia Nacional de Lutas.

Frente Brasil Popular – Lançada no dia 6 de setembro, a Frente Brasil Popular agrega centrais sindicais, movimentos sociais, populares do campo, da cidade e movimentos estudantis em defesa dos direitos da classe trabalhadora. Em São Paulo, as ações são coordenadas pelo Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo.


Redação – 1º/10/2015
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