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“Guerra nas Estrelas” não terá sequência

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Sindicato protesta e Caixa interrompe gincana na qual os prêmios eram bancados pelos empregados que perderam competição; instituição se comprometeu a ressarcir gastos e bancários devem denunciar ao Sindicato caso isso não ocorra
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São Paulo – Após protestos do Sindicato, a Superintendência Regional (SR) Santana da Caixa voltou atrás e se comprometeu a acabar com a gincana chamada “Guerra nas Estrelas”. Além disso, os empregados que tiveram de pagar os prêmios aos vencedores da competição serão ressarcidos pelo banco. O jantar no restaurante no Brooklyn também será custeado pela Caixa.

O compromisso foi assumido pelo superintendente regional de Santana em reunião com gerentes gerais e dirigentes do Sindicato e da Apcef-SP na segunda-feira 5.

Durante a reunião, a Superintendência alegou falha de comunicação e se comprometeu a corrigir os problemas. Com relação ao jantar, o Sindicato reforçou que a comemoração pode ocorrer até como reconhecimento do trabalho realizado em todas as agências, mas deve ser custeada pelo banco.

A “Guerra das Estrelas” teve duas fases, ou “batalhas”. As recompensas eram a realização de uma festa na agência vencedora e um prêmio especial para o qual só concorriam agências que fizeram no mínimo 850 pontos na campanha e 85 pontos na venda de seguros e previdências.

> Guerra das Estrelas na Caixa é assédio disfarçado

Esse estímulo à concorrência é, por si só, um absurdo agravado pelo fato de que as premiações não foram bancadas pela Caixa, e sim pelos próprios empregados de agências que ficaram do quarto lugar para baixo nas “batalhas”.  A denúncia chegou ao Sindicato pelo canal de assédio moral do site.  

“Esse tipo de gincana é uma forma de cobrança de metas que está se proliferando na Caixa porque é uma política institucional determinada de cima” critica o diretor executivo do Sindicato Dionisio Reis. “Prova disso é o normativo interno que classifica de ‘incipientes’ os empregados que não atingem as metas”, acrescenta.

Os bancários que não tiverem os gastos ressarcidos devem denunciar ao Sindicato, que irá cobrar do banco, garantindo o anonimato do denunciante. Para efetuar a queixa ligue 3188-5200 ou acesse o canal de denúncia contra o assédio moral (clique aqui).

GDP – “A superintendência regional de Santana percebeu o erro e voltou atrás nesta questão, ao contrário da direção da Caixa, que não só mantém a GDP [Gestão de Desempenho de Pessoas], como a está expandindo”, aponta Dionísio Reis.  

A GDP estipula contrato individual entre o empregado e sua chefia e impõe ao trabalhador metas a serem cumpridas em determinado período.

O movimento sindical considera que esse programa ameaça conquistas históricas dos empregados, como a promoção por méritos, além de abrir espaço para cobrança por metas abusivas, assédio moral e provocar conflitos no ambiente de trabalho.

“Uma das principais reivindicações da campanha nacional deste ano é o fim do GDP, mas para que a Caixa atenda nossa demanda, é fundamental a mobilização e a participação de todos os empregados na greve”, afirma Dionisio Reis. “Abusos relativos ao assédio moral e à cobrança abusiva por metas também podem ser denunciados pelo canal de assédio moral”, acrescenta.


Redação – 5/10/2015
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