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Itaú dá com os burros n'água novamente

Linha fina
Contingenciamento preparado pelo banco para receber funcionários de outros centros administrativos permaneceu fechado no segundo dia de greve; disposição para reforçar movimento se revela outra vez
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São Paulo – Ridículo, absurdo, vergonhoso, indecente, desrespeitoso. Esses foram alguns dos adjetivos usados pelos bancários do Itaú, em frente ao contingenciamento da Rua Jundiaí, para rotular o reajuste de 5,5% apresentado pela federação dos bancos (Fenaban). Diante da inflação de 9,88%, a proposta significa perdas de 4% nos salários, PLR, piso, vales, caso fosse aceita pelos bancários.

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Mas não foi. E nesta quarta-feira 7, trabalhadores de bancos públicos e privados do país inteiro entraram no segundo dia de greve demonstrando sua insatisfação e disposição para forçar a Fenaban a negociar e apresentar proposta decente, com ganhos reais.

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Em vez disso, os patrões investem é em golpes baixos para tentar enfraquecer a greve por meio dos contingenciamentos. Só o Itaú tem dois prédios para este fim. Além do localizada na rua Jundiaí (foto), na região do parque do Ibirapuera, tem outro na Vila Romana, zona oeste da capital. Mesmo assim, não deu certo. Ambos permaneceram fechados pelo segundo dia de greve.

O movimento sindical está concentrando fogo tanto nos contingenciamentos como nos centros administrativos, impedindo que milhares de bancários tenham seu direito constitucional de greve desrespeitado.

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“Meu chefe me mandou vir até aqui”, disse um funcionário do CAT, concentração do Itaú com mais de 5 mil bancários que também ficou fechada. “O banco não olha para os funcionários, tem um monte de gente doente de tanto trabalhar para bater tanta meta e ainda tem a coragem de propor um reajuste que não cobre nem a inflação. É um desrespeito”, desabafou.

Uma colega reforçou a insatisfação com a proposta. “É uma m...! Um vale coxinha, né?!” e comprovou a eficiência da greve. “Tá todo mundo adorando”, disse, lembrando que várias colegas não foram trabalhar.

Coletividade – Felizmente tem bancário que, além de não ir ao local de trabalho, demonstra espírito de coletividade engajando-se para fortalecer o movimento. Três trabalhadores, todos do Banco do Brasil, apresentaram-se na concentração da rua Jundiaí ao longo da manhã.

“Não dá para terceirizar a greve. É importante a participação de todos”, opinou um deles, que vinha da Regional Paulista, onde se municiou de materiais de campanha, como faixas e adesivos. “Temos de enfrentar os bancos, que é o setor que mais lucra e trata seus trabalhadores dessa forma, e também nos posicionarmos frente à sociedade como categoria bancária e como classe trabalhadora”, opinou. De lá, ele rumou para ajudar a fechar uma agência do Santander na região.

Opinião semelhante tem uma colega que compareceu mais cedo ao local e seguiu para a Avenida Berrini, junto a outro bancário. “A gente tem que se posicionar, participar. Todo ano escuto colegas meus reclamando do índice de reajuste  aprovado no fim da campanha: ‘mas só 1,5% acima da inflação?’ Aí eu pergunto: quanto você se mobilizou, quanto participou da greve? É a conscientização e a adesão de todos que faz a mobilização, e é a mobilização da categoria que determinam o sucesso da nossa campanha.”

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Rodolfo Wrolli – 7/10/2015
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