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Apeoesp convoca luta por manutenção de escolas

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Levantamento parcial do sindicato indica fechamento de 127 unidades em todo o estado, número que cresce a cada dia. Manifestação dos estudantes tende a crescer, segundo ativista
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São Paulo – A diretoria estadual colegiada do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp) decidiu em reunião na noite de quarta 7 a convocação de professores, pais e alunos para manifestação no dia 20, às 15h, na Praça da República, em frente à Secretaria da Educação.

A iniciativa resulta de uma avaliação da crescente mobilização, em todas as regiões do estado, de alunos, pais e professores contra o projeto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de reorganizar a rede e desativar escolas. Na sexta 9, houve uma, na Paulista, duramente repremida pelo tucano.

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Levantamento parcial da Apeoesp, a partir de dados das próprias diretorias de ensino ligadas à Secretaria Estadual de Educação, indica que pelo menos 127 escolas serão fechadas, entre as quais escolas tradicionais, como a Escola Estadual Américo Brasiliense, no centro de Santo André, na região do ABC. O número pode aumentar à medida que chegam novas informações.

A lista de escolas que estão sob risco de fechamento por Alckmin pode ser vista logo abaixo, acessada aqui ou na página Não Fechem Minha Escola, no Facebook (clique aqui). 

No Dia do Professor (15), serão realizadas atividades regionais em todas as subsedes, com atos nas diretorias de ensino, carros de som nas ruas e articulações em busca de apoio de vereadores, igrejas e lideranças comunitárias.

No dia 29, às 17h, no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, o sindicato vai realizar manifestação que já conta com apoio de entidades como Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Federação Única dos Petroleiros (FUP), Sindicato dos Funcionários e Servidores da Educação de São Paulo (Afuse), Central de Movimentos Populares (CMP), União Paulista de Estudantes Secundaristas (Upes).

Levante - A professora de História Cibele de Camargo Lima, da coordenação da Rede Emancipa, movimento social que atua em educação popular, entende que reação da sociedade e dos alunos, em especial, à gravidade da medida d governo de Geraldo Alckmin aponta para a possibilidade de um levante.

“Na tarde de terça-feira, os estudantes que participaram da manifestação que partiu da avenida Paulista em direção ao centro da cidade continuaram caminhando pelas ruas por horas após o fim do ato, gritando palavras de ordem. O apoio popular também é muito grande. Pais, professor e a comunidade como um todo não aceita o fechamento de escolas com as quais criaram vínculos”, diz.

Para Cibele, o governo tucano, cuja estratégia é aproveitar o refluxo do fim da greve dos professores e o período em que os alunos se dedicam a estudar para o Enem para lançar o pacote, acabou surpreendido pela reação principalmente dos estudantes, que a princípio tomaram ruas e praças diante das escolas e que começam a chamar movimentos maiores, em regiões mais centrais.

“É a reação contra um pacote iniciado há 20 anos, na gestão Mário Covas, que fechou mais de 100 escolas, que aos poucos foi acabando com o ensino médio noturno em muitas delas, que levou a turmas superlotadas, com mais de 60 alunos, com falta de professores”.

O projeto estadual de organizar as escolas em ciclos e desativar muitas unidades, na opinião de Cibele, embutiria um plano de fechar principalmente aquelas localizadas em regiões mais valorizadas. "Com isso o estado poderia vir a vender os prédios e fazer caixa".

Para a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel de Azevedo Noronha, a Bebel, a medida é econômica e não pedagógica. "Não há nenhuma justificativa pedagógica para toda essa confusão. O objetivo do governo é “enxugar a máquina”, demitir professores, reduzir os temporários. Em suma, cortar gastos, ainda que isso signifique negar o direito à educação de qualidade para milhões de crianças e jovens", afirma.




Cida de Oliveira, da Rede Brasil Atual - 9/10/2015

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