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Proposta revolta bancários da zona oeste

Linha fina
Greve chega ao oitavo dia com garra para arrancar aumento real dos banqueiros; Também teve paralisação nas regiões norte, sul, centro, Paulista e Osasco
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São Paulo – A greve dos bancários não para de crescer. A mobilização chegou ao seu oitavo dia por culpa da ganância sem limites dos bancos. Enquanto oferecem reajuste de até 81% para diretores, propõem índice de 5,5% para trabalhadores, o que representa 4% de perdas nos salários. Na terça-feira 13, funcionários de agências localizadas na região oeste da capital paulista, revoltados com a proposta da Fenaban, também cruzaram os braços.

Oitavo dia paralisa 851 agências
> Fotos: galeria com imagens da zona oeste

“A proposta é ridícula. Não cobre nem a inflação”, reclamou uma bancária do Itaú. “Outras categorias que não conseguiram aumento real tiveram prejuízos. Nestes setores, tem gente aceitando baixar salário para poder continuar no emprego. Agora, os bancos, com os lucros que tiveram, não podem justificar uma proposta dessas com a crise. Eles não sabem o que é crise”, acrescentou.

Outro motivo de revolta entre bancários da região é a tentativa da Fenaban de enganar e desmobilizar os trabalhadores com a oferta de abono.

“Esses R$ 2.500 é um cala a boca. Se a pessoa está no cheque especial, esse dinheiro vai embora rapidinho”, avalia funcionária de uma agência Itaú Personnalité. “Se o cara tá desesperado por dinheiro, ele acaba considerando o abono uma coisa boa. Só depois vai perceber que não valeu a pena. Vai passar o ano inteiro com salário rebaixado por ter acreditado no cala a boca dos bancos”, completou, indignado, um colega.

Cobrança por metas e vale-alimentação – Além de criticarem a proposta de reajuste, trabalhadores também se queixaram da cobrança abusiva por metas e do valor do vale-alimentação.

“O pior de trabalhar com banco é a forma como somos cobrados para o cumprimento das metas. É constrangedor e deixa todo mundo à beira de um ataque de nervos”, disse uma bancária do Bradesco.

“Trabalhamos duro o ano inteiro e somos cobrados por metas muito além destes 5,5% que os bancos querem oferecer. Se eles cobram tanto da gente, chegou a nossa hora de cobrar também”, declarou um trabalhador do Santander.

“Aqui, nessa região, os restaurantes já não são baratos e nos últimos tempos os preços subiram bastante. O vale não é suficiente para um prato e um refrigerante. Sempre preciso colocar dinheiro do meu bolso no fim do mês”, reclama um bancário que trabalha em uma agência localizada nas imediações da Avenida Faria Lima.

Mobilização – Cada vez mais trabalhadores do setor financeiro estão conscientes da importância que tem a unidade da categoria para forçar os banqueiros a apresentar proposta melhor. Além da zona oeste, as regiões norte, sul, oeste, centro, Paulista e Osasco também tiveram agências paralisadas.

“Um movimento como esse é muito importante. E, este ano, está todo mundo mais unido. Até mesmo gestores não estão oferecendo tanta resistência como em outras greves. A proposta [dos bancos] é tão ruim que fez todo mundo se mobilizar”, enfatizou um bancário do Bradesco.  


Felipe Rousselet – 13/10/2015
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