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Casas 1 e 3 do Santander voltam a fechar

Linha fina
Trabalhadores dos centros administrativos estão indignados com silêncio “desprezível” dos bancos
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São Paulo – O nono dia de greve nacional foi marcado por mais uma demonstração de força da categoria na luta por valorização e melhores condições de trabalho. Exemplo disso é a grande adesão de bancários de dois dos principais centros administrativos do Santander na zona sul da capital, os Casas 1 e 3, que voltaram a cruzar os braços nesta quarta 14.

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Entre os funcionários do Casa 1 (foto à direita) a indignação é enorme com o silêncio das instituições financeiras que nem sequer marcam nova negociação com o Comando Nacional dos Bancários. A última reunião ocorreu em 25 de setembro, quando a federação dos bancos (Fenaban) apresentou proposta de 5,5% de reajuste – representando perda de 4% em relação à inflação – mais abono de R$ 2,5 mil.

“Eles (os bancos) já sabem que ninguém aceita esses 5,5%. Isso é generalizado, nem chefias do meu setor e de outros com quem tenho contato têm coragem de defender algo assim. Agora o que não entendo é porque não marcam nova reunião. Isso é desprezível. Com essa atitude só dão razão para aumentar a greve”, desabafa uma funcionária.

Um bancário, também do Casa 1, afirma ter muito tempo de Santander e faz alerta sobre o risco de se aceitar um abono em lugar de reajuste. “Teve época que todo ano tínhamos abono. Era muito parecido com que estão querendo fazer agora. Você recebia um índice pequeno e vinha uma grana para digamos ‘completar’ o aumento. No começo parecia até bom. Mas dois ou três meses depois caía a ficha e parecia que você ganhava cada vez menos”, recorda o trabalhador. “Não podemos aceitar que isso volte. Nada se compara a um reajuste maior que a inflação todos os anos. Isso sim faz diferença e é o que temos de receber agora.”

No Casa 3 (foto à esquerda), além de aumento real, o empenho dos bancários na greve é também por mais funcionários e a possibilidade de ascensão profissional. “Para ter um trabalho melhor e com mais qualidade seriam necessários ao menos mais uns 20 em meu setor. As pessoas saem e não há reposição e quem fica é esfolado o tempo todo. Outra coisa é que não temos plano de carreira. Por mais que a gente se esforce, não há promoção. Seria ótimo se tivéssemos algo definido, claro, do que teríamos de fazer para isso e acabar com a indicação por meio de favorecimento”, acrescenta uma bancária.

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Jair Rosa – 14/10/2015 
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