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Estudantes protestam na Rebouças com a Faria Lima

Linha fina
Alunos são contra “reorganização” do governo Alckmin que prevê fechamento de 93 escolas; em assembleia no domingo, eles reforçaram mobilização que, segundo Apeoesp, já são 199 escolas ocupadas no estado de São Paulo
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São Paulo – Cerca de cem estudantes da rede estadual de ensino protestaram na manhã de segunda-feira 30, no cruzamento das avenidas Faria Lima e Rebouças, na zona oeste de São Paulo. Sentados em carteiras escolares, simulando uma aula, eles criticaram a chamada 'reorganização' promovida pela gestão Alckmin, que pretende fechar ao menos 93 escolas e transferir automaticamente cerca de 311 mil alunos de suas atuais unidades escolares.

"A manifestação foi em relação à última ameaça do Geraldo Alckmin de desocupar as escolas. Ele ameaça de a polícia tirar a galera na base da pancada se não sair por bem, como tentaram ou já fizeram em várias escolas, com porrada, spray de pimenta, gás lacrimogêneo”, diz o estudante do segundo ano do ensino médio Alexander Henrique Buniak, na escola Fernão Dias Paes, em Pinheiros. Os alunos da unidade estavam entre os manifestantes.

> Governo Alckmin declara 'guerra' contra ocupações 

Reforço à resistência – Em assembleia na tarde de domingo 29, na escola Caetano de Campos, centro de São Paulo, representantes de escolas ocupadas decidiram intensificar o movimento até que a Secretaria de Educação abra um canal de diálogo com a comunidade escolar sobre o projeto e seus impactos. O evento reuniu estudantes de cerca de 40 ocupações de escolas da capital e de outras cidades do estado.

Além da continuidade da mobilização, os estudantes tiraram um manifesto que unifica a pauta da luta e que já passou a circular entre secundaristas de todo o estado, via redes sociais.

O manifesto propõe seis pontos fundamentais para a continuidade da resistência do movimento contra a intransigência do governo estadual, que busca impor medidas que vão, numa avaliação prévia, fechar ao menos 93 escolas.

No documento, os estudantes reforçam que estão em luta por educação pública de qualidade, que em sucessivas manifestações públicas buscaram o diálogo com o governo Alckmin logo que foi anunciado o projeto de reorganização e que, mantida a intransigência, as ocupações foram a última alternativa que encontraram.

Afirmam ainda que, quando o secretário Herman Voorwald propôs suspender a reorganização por 10 dias, em audiência de conciliação no Tribunal de Justiça de São Paulo, no dia 19, admitiu que não houve discussão sobre projeto e que sua aplicação seria imposta sem que os estudantes, pais e professores fossem ouvidos.

A partir daí, o manifesto enumera os princípios fundamentais do movimento:
- revogação imediata do projeto de reorganização do ensino em São Paulo;
- nenhuma escola será fechada;
- nenhuma escola será dividida;
- nenhum professsor será demitido;
- não se admite nenhuma sala superlotada;
- nenhum aluno, pai, professor ou cidadão que pariticipe de alguma forma das ocupações será perseguido.

Nova escola – A assembleia reuniu estudantes de Guarulhos, Santos, Campinas, Sorocaba, Americana, Itapecerica da Serra, Guarujá, Piracicaba, Praia Grande e Mauá, além da capital. O encontro alternou momentos de emoção, pela proporção tomada pelo movimento, e de energia, com palavras de ordem como "Ocupar é resistir", "Alckmin veio quente e nós 'já tá' fervendo" e "Alckmin, almofadinha, os estudantes vão te por na linha", entre outros.

A Ubes anunciou que cerca de 250 escolas em todo o estado estão ocupadas contra a reorganização do ensino proposta pelo governo paulista. A Apeoesp, sindicato que representa os professores da rede pública estadual, em balanço divulgado durante a tarde de domingo, aponta 199 escolas ocupadas, 73 delas na capital.


Rede Brasil Atual, com edição da Redação – 30/11/2015
 
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