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Cade é contra parceria entre Itaú e Mastercard

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Conselho Administrativo de Defesa Econômica recomendou impugnação da joint venture entre o banco e a administradora de cartões que criaria nova bandeira
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São Paulo – A Superintendência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou ao tribunal do próprio órgão a impugnação da joint venture entre Itaú e Mastercard, parceria que criaria uma nova marca de cartões. A nova bandeira seria aceita internacionalmente e substituiria a Hiper, marca de penetração nacional administrada pelo Itaú. De acordo com a recomendação, publicada no Diário Oficial na quarta-feira 27, o negócio criaria empecilhos para a livre concorrência no setor.

“Após consultas realizadas junto aos agentes de mercado, incluindo outros bancos emissores de cartão, bandeiras e credenciadoras, a Superintendência verificou preocupações no sentido de que o ato de concentração possa viabilizar estratégias de discriminação em relação a credenciadoras rivais. Isso porque o Itaú Unibanco poderia favorecer a Rede com o licenciamento exclusivo da nova bandeira ou elevar os custos de operação dos rivais, tornando-a menos atrativa às concorrentes”, informa a nota divulgada pela assessoria de imprensa do órgão.

Segundo a diretora executiva do Sindicato e bancária do Itaú Marta Soares, a recomendação do Cade está correta, uma vez que a parceria permitiria ao Itaú controlar mais uma etapa dentro do mercado de cartões de crédito, prejudicando lojistas e consumidores.

“Há uma tendência de concentração no setor financeiro que extrapola as atividades propriamente bancárias. Grandes instituições financeiras como o Itaú, por exemplo, passaram a ontrolar diversos segmentos do ramo financeiro. Com a proposta de joint venture, o banco passaria a controlar mais uma etapa do processo, que é a bandeira de cartão”, enfatiza a dirigente sindical.  

“O grande problema é que essa é mais uma maneira que as empresas financeiras utilizam para drenar recursos da economia. Nesse caso, através das taxas cobradas dos lojistas, que por sua vez tentam ao máximo repassar esse custo para o cliente final. Quanto mais concentrado o setor, mais altas são as taxas e mais restritas as opções de lojistas e consumidores”, explica Marta.  


Felipe Rousselet, com informações do Valor – 27/1/2016
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