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Sindicalismo tem de pensar trabalho imaterial

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Para economista, mudanças como a possibilidade do trabalho à distância por meio da internet podem ameaçar direitos
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São Paulo – A imaterialidade do trabalho é uma característica do capitalismo de hoje que precisa ser discutida e levada em conta pelos movimentos sociais. A opinião é do economista Márcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que participou do Seminário Sindical Internacional promovido pela CUT, em comemoração ao Dia do Trabalhador.

“Se antes o que predominava era a força física, no trabalho imaterial ela não serve de nada. O que interessa é o conhecimento. Nessa perspectiva temos o desafio de pensar uma educação que se conecte com o futuro e não com o passado, como a que temos hoje no país”, disse Pochmann em mesa do evento na quinta 26 que reuniu pesquisadores, jornalistas e sindicalistas do Brics e do Mercosul.

> Vídeo: matéria especial sobre o seminário

O presidente do Ipea também chamou a atenção para os meios que possibilitam o trabalho em qualquer lugar. “Internet e celulares permitem que o trabalhador execute funções de qualquer lugar e isso também é algo que se deve pensar, já que os sindicatos cresceram organizando trabalhadores em locais específicos.”

Essa possibilidade tecnológica, segundo Pochmann, resulta em ameaça aos direitos trabalhistas. “A jornada tem sido maior. Uma pesquisa recente do Ipea apontou que 50% dos trabalhadores do setor terciário continuam conectados ao trabalho mesmo depois do expediente”, informou.

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O setor terciário, que engloba as atividades de serviço e comércio, também abrange os serviços do sistema financeiro e os bancários são exemplo de categoria que trabalha por meio da internet depois do expediente.

“Estamos diante de uma nova realidade e compreendê-la é fundamental para garantir direitos aos trabalhadores”, ressaltou.

CLT – O assunto foi abordado em lei sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, em dezembro de 2011, que modificou artigo da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A lei acaba com a distinção entre o trabalho realizado na empresa ou em casa com o à distância, por meio de tecnologias como internet e celular.

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Andréa Ponte Souza - 27/4/2012

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