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São Paulo – Um grupo de estudantes da Universidade de São Paulo que vive no Conjunto Residencial da USP (Crusp) ocuparam na quarta 6 a sede da sede da Superintendência de Assistência Social (SAS) da universidade após uma aluna ser agredida fisicamente há dois dias por mais dois estudantes que vivem em um dos blocos. Os manifestantes exigem que a instituição expulse os agressores da moradia estudantil e que puna os responsáveis pelos mais de 50 casos de violência contra a mulher nos prédios já denunciados pelos moradores.
Segundo relatos de testemunhas, os moradores do Crusp começaram a ouvir gritos vindos do prédio destinado aos alunos da pós-graduação na noite de segunda 4. Uma vizinha da vítima alertou os demais estudantes sobre onde ela estava e um grupo correu para o local. Chegando lá encontraram a jovem já machucada, sendo agredida pelo namorado e por pelo menos mais um homem. Procurada, a USP não se manifestou sobre o caso.
A vítima foi levada para a delegacia e realizou, durante a manhã, um exame de corpo de delito. “Ela já estava vivendo havia dias na cozinha do prédio, porque o namorado a impedia de entrar em casa”, contou uma estudante da universidade, que não quis se identificar temendo represálias. “Há relatos que a briga teria começado porque ela tentou entrar no apartamento para buscar suas coisas.”
Durante a tarde desta quarta-feira 6 os manifestantes tiveram uma reunião com o superintendente de Assistência Social, Waldyr Antônio Jorge. Ele se compromete a levaria uma resposta para estudantes até quinta 7, ao meio dia. Os moradores do Crusp realizariam uma nova assembleia na noite de quarta 6 para definir os rumos da ocupação.
Dossiê - Pelo menos 50 outros casos de violência física, sexual e psicológica contra a mulher já foram registrados na moradia estudantil da USP. Os moradores denunciaram à superintendência e agora estão organizando um dossiê sobre os casos. Na maioria deles os agressores não foram punidos e as vítimas foram transferidas para outros apartamentos. “As assistentes sociais são coniventes e acolhem os agressores. Quem tem que se retirar do espaço são sempre as mulheres. Elas muitas vezes têm que ir embora, voltam para suas cidades e desistem do curso”, afirmou a estudante.
“No Crusp, são muitos os casos de violência – física, sexual e psicológica – contra as mulheres. O ocorrido na segunda-feira (04/04) não foi o único, entretanto foi estopim para a revolta de moradoras e moradores. Nesse contexto a SAS, através de seus agentes (guardas responsáveis pela ‘segurança’), serviu apenas para proteger os agressores, os quais já têm longo histórico de violência contra mulheres”, diz o manifesto da ocupação.
O texto aponta que a superintendência não ampara as vítimas e muitas vezes as obriga a continuar convivendo com seus agressores. “A precarização da moradia e a falta de vagas submetem muitas estudantes a situações de violência doméstica, enquanto a SAS perpetua e intensifica essa situação, negando vaga às mães, mantendo os agressores na moradia e incentivando funcionários a perseguir e silenciar as vítimas.”
Sarah Fernandes, da Rede Brasil Atual - 7/4/2016
Segundo relatos de testemunhas, os moradores do Crusp começaram a ouvir gritos vindos do prédio destinado aos alunos da pós-graduação na noite de segunda 4. Uma vizinha da vítima alertou os demais estudantes sobre onde ela estava e um grupo correu para o local. Chegando lá encontraram a jovem já machucada, sendo agredida pelo namorado e por pelo menos mais um homem. Procurada, a USP não se manifestou sobre o caso.
A vítima foi levada para a delegacia e realizou, durante a manhã, um exame de corpo de delito. “Ela já estava vivendo havia dias na cozinha do prédio, porque o namorado a impedia de entrar em casa”, contou uma estudante da universidade, que não quis se identificar temendo represálias. “Há relatos que a briga teria começado porque ela tentou entrar no apartamento para buscar suas coisas.”
Durante a tarde desta quarta-feira 6 os manifestantes tiveram uma reunião com o superintendente de Assistência Social, Waldyr Antônio Jorge. Ele se compromete a levaria uma resposta para estudantes até quinta 7, ao meio dia. Os moradores do Crusp realizariam uma nova assembleia na noite de quarta 6 para definir os rumos da ocupação.
Dossiê - Pelo menos 50 outros casos de violência física, sexual e psicológica contra a mulher já foram registrados na moradia estudantil da USP. Os moradores denunciaram à superintendência e agora estão organizando um dossiê sobre os casos. Na maioria deles os agressores não foram punidos e as vítimas foram transferidas para outros apartamentos. “As assistentes sociais são coniventes e acolhem os agressores. Quem tem que se retirar do espaço são sempre as mulheres. Elas muitas vezes têm que ir embora, voltam para suas cidades e desistem do curso”, afirmou a estudante.
“No Crusp, são muitos os casos de violência – física, sexual e psicológica – contra as mulheres. O ocorrido na segunda-feira (04/04) não foi o único, entretanto foi estopim para a revolta de moradoras e moradores. Nesse contexto a SAS, através de seus agentes (guardas responsáveis pela ‘segurança’), serviu apenas para proteger os agressores, os quais já têm longo histórico de violência contra mulheres”, diz o manifesto da ocupação.
O texto aponta que a superintendência não ampara as vítimas e muitas vezes as obriga a continuar convivendo com seus agressores. “A precarização da moradia e a falta de vagas submetem muitas estudantes a situações de violência doméstica, enquanto a SAS perpetua e intensifica essa situação, negando vaga às mães, mantendo os agressores na moradia e incentivando funcionários a perseguir e silenciar as vítimas.”
Sarah Fernandes, da Rede Brasil Atual - 7/4/2016