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Itaú demite a torto e a direito

Linha fina
Pouco importa o lucro de mais de R$ 28 bilhões em 15 meses; o banco está passando a faca em diversos centros administrativos e Sindicato não vai deixar barato
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São Paulo – O lucro recorde de R$ 23 bilhões ostentado pelo Itaú em 2015 parece não importar para a diretoria. O banco está aterrorizando seus empregados com um grande número de demissões promovidas nas últimas semanas.

Trabalhadores foram dispensados nos centros administrativos ITM, CA Brigadeiro, IBBA WTorre e em várias agências, mas os números mais assustadores ocorreram no CAT e CT. No primeiro houve mais de 50 demissões e na Atec do Centro Tecnológico, mais de 100 bancários perderam seus empregos entre terça 10 e sexta-feira 13 sob a justificativa de reestruturação.

“Os bancários não têm condições dignas de trabalho, estão trabalhando amontoados dentro do prédio, e parece que para resolver o problema de superlotação, o banco está demitindo. Uma vergonha”, denuncia Valeska Pincovai, dirigente sindical e bancária do Itaú.

Em 12 meses (de março de 2015 a março de 2016) o Itaú cortou 2.902 postos (610 deles apenas no primeiro trimestre de 2016) e fechou 154 agências convencionais. Só nos três primeiros meses de 2016, o banco teve lucro líquido recorrente de R$ 5,235 bilhões.

“Não justifica o banco divulgar um lucro astronômico desses e em seguida promover este processo de demissão em massa”, continua Valeska. “Os bancários demitidos do CT saíram chorando sem entender o que estava acontecendo, foi um ato desumano do Itaú”, critica a dirigente.

O banco foi contatado e até o momento não houve retorno. As justificativas das demissões – performance e reestruturação – foram informadas pelos próprios bancários que procuraram o Sindicato. “Ou seja, a mesma ladainha de sempre para justificar o corte de postos de trabalho”, sublinha Valeska.

“O Sindicato está acompanhando as demissões e protestos serão realizados”, alerta a dirigente. “Não é justo que demita tantos trabalhadores sem justificativa. Não dá mais para trabalhar neste clima de insegurança. Cadê a responsabilidade social, Itaú?”, questiona a sindicalista.  


Redação – 16/5/2016
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