Imagem Destaque
Brasília – O “governo” interino de Michel Temer se manifestou, na manhã de sexta-feira 27, sobre o caso do estupro da jovem no Rio de Janeiro por 30 homens. O crime que chocou o mundo foi divulgado na noite de quarta-feira 25. Temer e o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, viajaram para suas residências, em São Paulo, para emendar o feriado de Corpus Christi com o final de semana e descansar ao lado das suas famílias.
Seria de estranhar que duas das autoridades máximas do país – pelo menos em exercício – não tivessem emitido palavra alguma sobre o assunto que indignou os brasileiros e causou repercussão até na ONU, entidade responsável pela divulgação, na quinta-feira 26, de documento de repúdio pedindo apuração rigorosa por parte das autoridades.
> ONU Mulheres pede "tolerância zero" à violência
Segundo a informação repassada pela assessoria do presidente interino, o ministro da Justiça, a pedido de Temer, conversou com o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, e colocou à disposição daquele estado toda a estrutura de segurança e investigação do governo federal.
O presidente interino divulgou que ficou “totalmente chocado e indignado” com o estupro, que chamou de “barbárie”. E ressaltou que conversou com o ministro da Justiça para a realização de uma reunião, "em caráter de emergência"... na próxima terça-feira 31, em Brasília, para a qual estão sendo convidados todos os secretários de Segurança Pública do país. O intuito é estudar formas de prevenção e combate a esses tipos de crime.
O ministro da Justiça, por sua vez, divulgou há pouco nota por meio da sua equipe de imprensa destacando que "repudia veementemente o hediondo crime praticado contra uma adolescente de 16 anos". Acrescenta que o estupro "representa a maior violência à dignidade da mulher e deve ser duramente reprimido".
A informação distribuída pela assessoria do presidente interino ressalta que o foco da reunião não será apenas os casos de estupro, mas tudo relacionado à violência contra a mulher. Apesar da ironia de a reunião ter sido divulgada como “de emergência” e ter sua data de realização para daqui a quatro dias, foi justificada por integrantes do Ministério da Justiça, em informações reservadas, que será terça-feira porque até lá já terá sido empossada a nova secretária da mulher.
A pasta, que tinha status de ministério no governo Dilma, agora é subordinada à Justiça e ainda está sem titular.
Depois de todos – A escolhida para ocupar a secretaria, que poderá ser empossada na segunda-feira 30 ou no próprio dia da reunião 31, é Fátima Pelaes, atual presidente do PMDB Mulher. Ela também divulgou nota oficial sobre o caso (em nome do PMDB, não do governo Temer).
Chamou a atenção que desde a posse, em 12 de maio, o governo interino agiu rapidamente para desmontar ou sinalizar o desmonte em diversas áreas, como políticas públicas de comunicação, cultura e direitos humanos. Mas não teve pressa alguma em montar um estrutura mínima para lidar com casos de intolerância e brutalidade. E só se posicionou depois da ampla manifestação de pessoas e entidades ligadas à área.
Hylda Cavalcanti, da Rede Brasil Atual – 27/5/2016
Seria de estranhar que duas das autoridades máximas do país – pelo menos em exercício – não tivessem emitido palavra alguma sobre o assunto que indignou os brasileiros e causou repercussão até na ONU, entidade responsável pela divulgação, na quinta-feira 26, de documento de repúdio pedindo apuração rigorosa por parte das autoridades.
> ONU Mulheres pede "tolerância zero" à violência
Segundo a informação repassada pela assessoria do presidente interino, o ministro da Justiça, a pedido de Temer, conversou com o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, e colocou à disposição daquele estado toda a estrutura de segurança e investigação do governo federal.
O presidente interino divulgou que ficou “totalmente chocado e indignado” com o estupro, que chamou de “barbárie”. E ressaltou que conversou com o ministro da Justiça para a realização de uma reunião, "em caráter de emergência"... na próxima terça-feira 31, em Brasília, para a qual estão sendo convidados todos os secretários de Segurança Pública do país. O intuito é estudar formas de prevenção e combate a esses tipos de crime.
O ministro da Justiça, por sua vez, divulgou há pouco nota por meio da sua equipe de imprensa destacando que "repudia veementemente o hediondo crime praticado contra uma adolescente de 16 anos". Acrescenta que o estupro "representa a maior violência à dignidade da mulher e deve ser duramente reprimido".
A informação distribuída pela assessoria do presidente interino ressalta que o foco da reunião não será apenas os casos de estupro, mas tudo relacionado à violência contra a mulher. Apesar da ironia de a reunião ter sido divulgada como “de emergência” e ter sua data de realização para daqui a quatro dias, foi justificada por integrantes do Ministério da Justiça, em informações reservadas, que será terça-feira porque até lá já terá sido empossada a nova secretária da mulher.
A pasta, que tinha status de ministério no governo Dilma, agora é subordinada à Justiça e ainda está sem titular.
Depois de todos – A escolhida para ocupar a secretaria, que poderá ser empossada na segunda-feira 30 ou no próprio dia da reunião 31, é Fátima Pelaes, atual presidente do PMDB Mulher. Ela também divulgou nota oficial sobre o caso (em nome do PMDB, não do governo Temer).
Chamou a atenção que desde a posse, em 12 de maio, o governo interino agiu rapidamente para desmontar ou sinalizar o desmonte em diversas áreas, como políticas públicas de comunicação, cultura e direitos humanos. Mas não teve pressa alguma em montar um estrutura mínima para lidar com casos de intolerância e brutalidade. E só se posicionou depois da ampla manifestação de pessoas e entidades ligadas à área.
Hylda Cavalcanti, da Rede Brasil Atual – 27/5/2016