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São Paulo – A mesa permanente de negociação com a Caixa, realizada na quinta-feira 2 em Brasília, foi marcada por protesto dos trabalhadores contra as ameaças de privatização do “governo” interino de Michel Temer. O novo presidente, Gilberto Occhi, empossado na quarta 1º, já anunciou à imprensa a abertura de capital em alguns segmentos do banco e posteriormente em todos, o fechamento de agências e a redução do quadro de empregados.
> Occhi confirma intenção de privatizar a Caixa
> MP garante privatizações de Temer
> Ato por empresas e serviços públicos
Os bancários da Comissão de Empresa dos Empregados (CEE) estenderam faixas contra o golpe e as privatizações antes do início da reunião. “Deixamos claro que haverá mobilização e muita resistência dos empregados contra medidas privatistas na Caixa. Os trabalhadores não vão aceitar o desmonte de uma instituição financeira tão importante para o desenvolvimento do país. Portanto, vamos à luta contra a abertura de capital, contra a redução do banco público, contra o fim dos programas sociais que promovem inclusão e impulsionam a economia, e pela contratação de mais empregados”, diz o diretor executivo do Sindicato e integrante da CEE, Dionísio Reis.
Na mesa, os representantes da Caixa reafirmaram que não há previsão de contratações pela empresa, mesmo diante da redução do quadro devido ao PAA (Plano de Apoio à Aposentadoria); informaram que os caixas que saírem, por promoção ou aposentadoria, não serão repostos; apresentaram um pré-piloto de agências virtuais; e anunciaram que a reestruturação será retomada, apesar de ainda não ter prazo definido.
> Sindicato cobra postura da Caixa na reestruturação
PAA e não contratação – Ainda que dois mil bancários tenham saído ou estejam saindo por meio do PAA, a direção da Caixa não pretende contratar. Dessa forma, viola a cláusula 50 do acordo coletivo 2014/2015, que determinava a contratação de pelo menos 2 mil bancários até dezembro de 2015. Se tivesse respeitado o acordo firmado com os trabalhadores, a Caixa teria 103 mil empregados no final do ano passado. Porém, esse número era de 97.458 em dezembro de 2015 (o banco cortou 3.219 postos de trabalho no ano) e, segundo o último balanço, a Caixa fechou março deste ano com 96.991 trabalhadores.
> Caixa lucra R$ 837,8 milhões no 1º trimestre
> Caixa lucrou R$ 7,2 bilhões em 2015
A direção do banco informou que cerca de 1.400 empregados saíram por meio do PAA (Plano de Apoio à Aposentadoria) e outros 400 já aderiram à segunda etapa, cuja inscrição será encerrada em 9 de junho.
“Os bancários já estão sobrecarregados e o atendimento à população ficará ainda mais comprometido. Outros prejudicados são os concursados”, critica Dionísio, lembrando que a Contraf-CUT é assistente na ação civil pública impetrada pelo MPF (Ministério Público Federal) exigindo a contratação das quase 30 mil pessoas que passaram no último concurso, em 2014.
> Suspenso prazo de validade de concursos da Caixa
“Também cobramos que a Caixa nos informe sobre o número exato de trabalhadores que saíram pelo PAA e os que ainda vão sair e suas funções", acrescenta Dionísio.
Extinção da função de caixa – Os representantes do banco disseram que os caixas que saírem da função, por promoção, aposentadoria ou qualquer outro motivo, não serão repostos. “O banco não admite, mas na prática, isso vai significar a extinção da função de caixa na instituição”, denuncia Dionísio.
Os negociadores da instituição financeira informaram, ainda, que quando ocorrer de um empregado deixar a função, a vaga será coberta por bancários sem função ou de outras funções, que assumirão os caixas e receberão pelo tempo em que estiverem nessa tarefa, os chamados “caixa minuto”.
“Deixamos claro que somos contra e que isso é um risco para o bancário”, critica o dirigente. Ele explica que assumir a função só por alguns minutos ou horas pode representar um ganho extra no final do mês para o bancário, mas se ele tiver diferença no caixa, pode ficar até sem salário. “Isso é muito sério e muito arriscado. O trabalhador pode achar que é vantajoso, mas o risco não vale a pena”, alerta.
Agências virtuais – A Caixa apresentou um pré-piloto de agências virtuais. Está previsto para começar em São Paulo, na região da Superintendência Ipiranga. As agências funcionariam em escritórios nas superintendências, em horário estendido: das 8h às 22h. Com uma equipe formada por gerente-geral, gerentes de carteira, bancários com outras funções e assistentes de vendas. Segundo a Caixa, a ideia não é fazer prospecção de clientes, mas sim oferecer um serviço diferencial, com atendimento via telefone e e-mail, aos clientes de alta renda.
Os representantes da Caixa afirmaram que o banco vai respeitar a jornada de trabalho dos bancários: os gerentes cumprirão oito horas e as demais funções, seis horas. Para isso, vai intercalar equipes. “Deixamos claro que vamos acompanhar de perto todo o processo e que vemos com apreensão, uma vez que nas agências temos conhecimento de que a jornada já é extrapolada, imagina agora com esse horário estendido”, destaca Dionísio.
Reestruturação e mudanças na Giret – Segundo os representantes do banco, a reestruturação está parada e não tem previsão para sua retomada. Eles também afirmaram que estão ocorrendo mudanças na retaguarda, mas que não fazem parte do projeto de reestruturação: as tesourarias estão saindo das Giret (gerências de retaguarda) e passando a ser responsabilidade das agências, mas a área de conformidade continua na retaguarda, sob o comando das Giret. Essas mudanças já foram feitas em Brasília, começaram em São Paulo, em abril, e devem se encerrar este mês, de acordo com os representantes da Caixa.
Licença-paternidade – O banco se comprometeu a adotar a licença-paternidade de 20 dias junto com a Fenaban (federação dos bancos): a partir de janeiro de 2017, por conta de questões envolvendo renúncia fiscal.
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> Licença-paternidade de 20 dias só em janeiro
Andréa Ponte Souza – 2/6/2016
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Na mesa, os representantes da Caixa reafirmaram que não há previsão de contratações pela empresa, mesmo diante da redução do quadro devido ao PAA (Plano de Apoio à Aposentadoria); informaram que os caixas que saírem, por promoção ou aposentadoria, não serão repostos; apresentaram um pré-piloto de agências virtuais; e anunciaram que a reestruturação será retomada, apesar de ainda não ter prazo definido.
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PAA e não contratação – Ainda que dois mil bancários tenham saído ou estejam saindo por meio do PAA, a direção da Caixa não pretende contratar. Dessa forma, viola a cláusula 50 do acordo coletivo 2014/2015, que determinava a contratação de pelo menos 2 mil bancários até dezembro de 2015. Se tivesse respeitado o acordo firmado com os trabalhadores, a Caixa teria 103 mil empregados no final do ano passado. Porém, esse número era de 97.458 em dezembro de 2015 (o banco cortou 3.219 postos de trabalho no ano) e, segundo o último balanço, a Caixa fechou março deste ano com 96.991 trabalhadores.
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“Os bancários já estão sobrecarregados e o atendimento à população ficará ainda mais comprometido. Outros prejudicados são os concursados”, critica Dionísio, lembrando que a Contraf-CUT é assistente na ação civil pública impetrada pelo MPF (Ministério Público Federal) exigindo a contratação das quase 30 mil pessoas que passaram no último concurso, em 2014.
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Extinção da função de caixa – Os representantes do banco disseram que os caixas que saírem da função, por promoção, aposentadoria ou qualquer outro motivo, não serão repostos. “O banco não admite, mas na prática, isso vai significar a extinção da função de caixa na instituição”, denuncia Dionísio.
Os negociadores da instituição financeira informaram, ainda, que quando ocorrer de um empregado deixar a função, a vaga será coberta por bancários sem função ou de outras funções, que assumirão os caixas e receberão pelo tempo em que estiverem nessa tarefa, os chamados “caixa minuto”.
“Deixamos claro que somos contra e que isso é um risco para o bancário”, critica o dirigente. Ele explica que assumir a função só por alguns minutos ou horas pode representar um ganho extra no final do mês para o bancário, mas se ele tiver diferença no caixa, pode ficar até sem salário. “Isso é muito sério e muito arriscado. O trabalhador pode achar que é vantajoso, mas o risco não vale a pena”, alerta.
Agências virtuais – A Caixa apresentou um pré-piloto de agências virtuais. Está previsto para começar em São Paulo, na região da Superintendência Ipiranga. As agências funcionariam em escritórios nas superintendências, em horário estendido: das 8h às 22h. Com uma equipe formada por gerente-geral, gerentes de carteira, bancários com outras funções e assistentes de vendas. Segundo a Caixa, a ideia não é fazer prospecção de clientes, mas sim oferecer um serviço diferencial, com atendimento via telefone e e-mail, aos clientes de alta renda.
Os representantes da Caixa afirmaram que o banco vai respeitar a jornada de trabalho dos bancários: os gerentes cumprirão oito horas e as demais funções, seis horas. Para isso, vai intercalar equipes. “Deixamos claro que vamos acompanhar de perto todo o processo e que vemos com apreensão, uma vez que nas agências temos conhecimento de que a jornada já é extrapolada, imagina agora com esse horário estendido”, destaca Dionísio.
Reestruturação e mudanças na Giret – Segundo os representantes do banco, a reestruturação está parada e não tem previsão para sua retomada. Eles também afirmaram que estão ocorrendo mudanças na retaguarda, mas que não fazem parte do projeto de reestruturação: as tesourarias estão saindo das Giret (gerências de retaguarda) e passando a ser responsabilidade das agências, mas a área de conformidade continua na retaguarda, sob o comando das Giret. Essas mudanças já foram feitas em Brasília, começaram em São Paulo, em abril, e devem se encerrar este mês, de acordo com os representantes da Caixa.
Licença-paternidade – O banco se comprometeu a adotar a licença-paternidade de 20 dias junto com a Fenaban (federação dos bancos): a partir de janeiro de 2017, por conta de questões envolvendo renúncia fiscal.
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Andréa Ponte Souza – 2/6/2016