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São Paulo – A atriz Sonia Braga respondeu pelo Facebook na segunda 6 crítica feita na véspera pelo ministro da Cultura, Marcelo Calero, à equipe do filme Aquarius pelo protesto realizado em 12 de maio em Cannes, na França, contra o afastamento da presidenta Dilma Rousseff. Calero chamou a ação dos artistas de “um pouco totalitária" e de "uma irresponsabilidade quase infantil". "Estão comprometendo (a imagem do país) em nome de uma tese política, e isso é muito ruim", disse ao programa Preto no Branco, da TV Brasil.
“Ele (Calero) não deve ter tido tempo para aprender sobre os nossos problemas e nossos direitos. E pouco se importou, ou não notou, que uma atriz brasileira era campeã de bilheteria no nosso cinema e sustentou este título por 30 anos, também ganhando, além de projeção internacional, muitos prêmios, promovendo o nome de nossa cultura”, afirmou Sonia Braga.
O texto publicado por pela atriz foi intitulado "Aula de história para o senhor Marcelo Calero, 33 anos de idade. Eu, só de profissão, tenho 50". Ela questionou como pode um ministro dizer que "um ato democrático como o nosso é a representação de um país inteiro?".
"Isso é desconhecimento do que significa plena democracia. Se estivéssemos falando em nome de todos não precisaríamos, evidentemente, fazer o ato. O ministro da Cultura ofendendo artistas é inadmissível. O senhor está nesse cargo para dialogar, para nos ajudar, para fazer uma ponte com quem nos explora", disse Sonia. "Senhor ministro, não podemos perder nossas conquistas. Sobretudo a mais importante delas, o respeito", completou.
Com indicações para diversos prêmios, como Globo de Ouro e Emmy, Sonia concorreu ao prêmio de melhor atriz no maior festival de cinema do mundo. Dirigido por Kleber Mendonça Filho, o filme também disputou o prêmio máximo: a Palma de Ouro. A atriz ainda provocou o ministro apresentando os bons resultados do longa-metragem: "A propósito, as críticas para Aquarius foram fabulosas. Quatro estrelas em jornais franceses, italianos, poloneses, russos e três citações no The New York Times. Ponto grande para a imagem da cultura brasileira no exterior".
O diretor do filme também se manifestou. Em poucas palavras, Mendonça Filho citou o editorial desta semana do jornal norte-americano The New York Times, que concedeu 'medalha de ouro para a corrupção' para o governo interino de Michel Temer. “Caro ministro Calero, talvez isso redefina sua noção de o nosso país passar vergonha internacionalmente. O The New York Times é o mesmo jornal de influência mundial que incluiu meu filme anterior – O Som ao Redor – fruto do Ministério da Cultura, entre os dez melhores de 2012, um orgulho para a cultura brasileira”, disse.
Ao percorrer o tapete vermelho no festival no último dia 17, artistas e integrantes da produção do filme levantaram cartazes denunciando a situação política do país. “O Brasil está experimentando um golpe de Estado”, “Vamos resistir” e “Pare o golpe no Brasil”, diziam em cartazes. A repercussão foi imediata. A imprensa nacional e internacional deu destaque ao ato, o que incomodou setores do governo interino.
Rede Brasil Atual - 8/6/2016
“Ele (Calero) não deve ter tido tempo para aprender sobre os nossos problemas e nossos direitos. E pouco se importou, ou não notou, que uma atriz brasileira era campeã de bilheteria no nosso cinema e sustentou este título por 30 anos, também ganhando, além de projeção internacional, muitos prêmios, promovendo o nome de nossa cultura”, afirmou Sonia Braga.
O texto publicado por pela atriz foi intitulado "Aula de história para o senhor Marcelo Calero, 33 anos de idade. Eu, só de profissão, tenho 50". Ela questionou como pode um ministro dizer que "um ato democrático como o nosso é a representação de um país inteiro?".
"Isso é desconhecimento do que significa plena democracia. Se estivéssemos falando em nome de todos não precisaríamos, evidentemente, fazer o ato. O ministro da Cultura ofendendo artistas é inadmissível. O senhor está nesse cargo para dialogar, para nos ajudar, para fazer uma ponte com quem nos explora", disse Sonia. "Senhor ministro, não podemos perder nossas conquistas. Sobretudo a mais importante delas, o respeito", completou.
Com indicações para diversos prêmios, como Globo de Ouro e Emmy, Sonia concorreu ao prêmio de melhor atriz no maior festival de cinema do mundo. Dirigido por Kleber Mendonça Filho, o filme também disputou o prêmio máximo: a Palma de Ouro. A atriz ainda provocou o ministro apresentando os bons resultados do longa-metragem: "A propósito, as críticas para Aquarius foram fabulosas. Quatro estrelas em jornais franceses, italianos, poloneses, russos e três citações no The New York Times. Ponto grande para a imagem da cultura brasileira no exterior".
O diretor do filme também se manifestou. Em poucas palavras, Mendonça Filho citou o editorial desta semana do jornal norte-americano The New York Times, que concedeu 'medalha de ouro para a corrupção' para o governo interino de Michel Temer. “Caro ministro Calero, talvez isso redefina sua noção de o nosso país passar vergonha internacionalmente. O The New York Times é o mesmo jornal de influência mundial que incluiu meu filme anterior – O Som ao Redor – fruto do Ministério da Cultura, entre os dez melhores de 2012, um orgulho para a cultura brasileira”, disse.
Ao percorrer o tapete vermelho no festival no último dia 17, artistas e integrantes da produção do filme levantaram cartazes denunciando a situação política do país. “O Brasil está experimentando um golpe de Estado”, “Vamos resistir” e “Pare o golpe no Brasil”, diziam em cartazes. A repercussão foi imediata. A imprensa nacional e internacional deu destaque ao ato, o que incomodou setores do governo interino.
Rede Brasil Atual - 8/6/2016