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Interinos não têm verba para trabalhador e saúde

Linha fina
Enquanto o Ministério do Trabalho e Previdência Social corta repasse e compromete CATs em São Paulo, titular da Saúde fala que não vai atrás de mais financiamento para o SUS
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São Paulo – O corte de verbas do Ministério do Trabalho e Previdência Social do governo interino para os Centros de Apoio ao Trabalho (CATs) levou a prefeitura de São Paulo a fechar 12 das 38 unidades existentes na cidade.

Situação semelhante está em vias de aparecer na saúde, mas em todo o país, já que o ministro interino da pasta, Ricardo Barros (foto abaixo), deu declaração, na quarta 13, de que não vai lutar por mais verbas para o mudar o quadro de subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS).

Sobre os CATs, o secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo, Artur Henrique da Silva Santos, disse que irá a Brasília para discutir o convênio.

"Esse convênio é de 2013 e vai até 2018. São R$ 65 milhões nestes cinco anos, o que daria uma média de R$ 13 milhões por ano. Em abril, nós recebemos uma informação, oficialmente, por parte do ministério, de que o valor seria reduzido, por conta dos cortes, para R$ 11 milhões", diz o secretário à TVT.

Artur afirma, porém, que com a mudança de governo a situação piorou. "Recebemos, na semana passada, o informe de que esse valor teria sido reduzida para R$ 2,8 milhões. Aqui em São Paulo, estamos mantendo por conta do município, que desde janeiro está pagando a parte dele nesse convênio, mas nós precisamos do recursos do Ministério do Trabalho e do governo federal para poder aguentar até o final do ano e atender a população.”

Vídeo: assista matéria na TVT

Os centros funcionam como agências públicas de emprego, colocam em contato trabalhadores em busca de vagas e as empresas à procura de funcionários. Também oferecem cursos gratuitos de qualificação profissional, ajudam na emissão de carteira de trabalho, orientações para acesso ao do seguro-desemprego e também para aqueles que querem se tornar empreendedores.

Na cidade de São Paulo, os CATs fazem cerca de 1,5 milhão de atendimentos a cada ano. Os que foram fechados eram menores, e representavam 8% da demanda. Ainda assim, o secretário ressalta que fechar unidades por falta de recursos vai na contramão de ações que deveriam ser tomadas em momento de crise econômica. "A prioridade deveria ser o atendimento ao trabalhador que, neste momento, precisa ser realocado. Por isso, esse desmonte do sistema público tem que ser denunciado."

Os desempregados lamentam as mudanças. "A gente tem que se deslocar, ou de ônibus, de metrô, ou até a pé. Demora mais, vai impactar muito", reclama Roberto Camargo, que está desempregado.

Saúde - A afirmação do ministro interino da Saúde sobre verbas para o SUS foi dada em audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, da Câmara dos Deputados.

> Interino se recusa a lutar por verbas para o SUS
“O financiamento do SUS, que é sempre uma questão polêmica, eu quero deixar claro que eu reconheço que há um subfinanciamento do SUS, quero reafirmar o compromisso com a integralidade, com a universalidade, com a intersetorialidade, mas eu sou ministro do governo, e o governo tem uma política estabelecida, tem limitações orçamentárias e tem prioridades. Portanto, eu não me posicionarei, como ministro da Saúde, contra as posições do governo. Eu sou parte do governo. A negociação de prioridades deve ser feita e eu, ao lado dos senhores, com o governo, para o estabelecimento de mais recursos para a saúde”, disparou Barros.


Rede Brasil Atual, com edição da Redação - 13/7/2016
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