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Antes disso, de 1994 a 2002, os índices de extrema pobreza no país permaneceram congelados, em média em 8%. O longo traço no mapa da pobreza durante a era FHC é ironicamente chamado de linha dos mortos vivos, pelos estudiosos. “O governo Fernando Henrique Cardoso não estabilizou a moeda, congelou a pobreza, a miséria”, afirmou a ex-ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome do governo Dilma, Tereza Campello, durante o painel O Brasil que Queremos, que encerrou o seminário Sistema Financeiro e Sociedade, realizada na sexta-feira 29, parte da programação da Conferência Nacional dos Bancários.
Ela se referia aos dados do Mapa da Pobreza que em 2003 alcançavam 8,6% da população de pobres crônicos – aqueles não só não têm renda, mas não têm saúde, educação, saneamento. Esse número caiu para 2,3% dez anos depois, com políticas públicas como Bolsa Família, valorização do salário mínimo, Luz para Todos, a construção de cisternas no Nordeste, criação de empregos, fortalecimento da rede pública de bancos no Brasil para concessão de crédito. “Conseguimos realizar o que parecia impossível que era mudar esse país”, elencou Campello.

“Esse é o Brasil que queremos e a gente viu durante anos que é possível construí-lo”, afirmou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também compôs a mesa. “Quase que nós concluímos esse país, se não fosse o golpe.”
Lula ressaltou que durante seu governo mais de 70 milhões de brasileiros passaram a ter conta corrente no sistema bancário. “Saímos de 22,5% para 56% de crédito em relação ao PIB. Saímos de R$ 380 bilhões em março 2003 para R$ 2,7 trilhões em 2013. Quem salvou este país no momento de crise mais profunda foi o pobre. Ele deixou de ser problema e passou a ser solução, na medida que passou a consumir, que passou a ter acesso ao crédito. E eu tenho orgulho porque contei com a ajuda dos bancários para tornar milhões de brasileiros deste país um pouco mais cidadãos, que passaram a ser tratados de forma mais digna.”

E continuou: “Queriam privatizar os bancos do Espirito Santo e do Piauí e nós não deixamos. O Bradesco cortou o crédito de automóvel e nós compramos metade do banco Votorantim para não deixar quebrar o mercado de automóveis”.
Desafios – Tereza Campello destacou que apesar dos avanços o país continua sendo desigual. “Temos que ter um olho na utopia e outro na resistência para que tudo isso não se perca”, afirmou, mencionando os retrocessos impostos pelo governo interino. “Nosso grande desafio é que não podemos ficar satisfeitos com esse 1% [percentual de subalimentados]. Por mais que a pobreza crônica no Nordeste tenha caído de 20% para 2%, o Nordeste continua sendo a região mais pobre do Brasil. Agora tem luz, tem cisterna, mas continua desigual. Por isso é fundamental, sim, que a gente tenha o FGTS nas mãos da Caixa, as políticas de agricultura familiar nas mãos do Banco do Brasil,

Outro participante da mesa, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, destacou que o golpe é do patrão contra os empregados e para acabar com a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), mas que vai encontrar resistência. “Estou com muita energia para enfrentar esse governo, porque está claro que o golpe é contra os trabalhadores. A primeira manifestação da Confederação Nacional da Indústria [CNI] foi para defender a jornada semanal de trabalho de 80 horas. Não vamos permitir de jeito nenhum a volta da escravidão no Brasil. Não vamos permitir retirada de direitos das mulheres, índios, negros, minorias, nunca teve um processo de afronta a democracia e aos direitos trabalhistas.”
Lula destacou que o momento é difícil para a classe trabalhadora, mas deu um recado aos bancários. “Vocês vão entrar em campanha salarial e não aceitem não dos banqueiros sem discutir o balanço deles, quanto ganharam, quanto cresceu seu patrimônio. Porque senão eles vão vir com choradeira”, disse, muito aplaudido pelos centenas de delegados de todo o país.
Livro – O Brasil que Queremos também é o nome do livro editado pelo Laboratório de Políticas Pública e pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e lançado na conferência. Organizador da publicação, o cientista político Emir Sader, destacou uma das contradições dos defensores do golpe:
“Os políticos da direita dizem que vão manter os programas sociais, mas ao mesmo tempo que vão acabar com os bancos públicos [por meio dos quais se implementa esses programas]”.
Também destacou os avanços por que passou o Brasil nos últimos 13 anos. “Saímos do FMI, saímos do mapa da fome. E o livro [O Brasil que Queremos] pretende mostrar caminhos para sair do labirinto em que a gente se encontra. Eles [governo Temer] defendem que sair da crise é cortar recursos do Estado. Mas nós temos de sair desse labirinto por cima e pensar que Estado queremos, que política de gênero, tributária, social queremos. O livro propõe ideias, repensa o futuro do país.”
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Andréa Ponte Souza e Rodolfo Wrolli - 29/7/2016
Livro – O Brasil que Queremos também é o nome do livro editado pelo Laboratório de Políticas Pública e pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e lançado na conferência. Organizador da publicação, o cientista político Emir Sader, destacou uma das contradições dos defensores do golpe:

Também destacou os avanços por que passou o Brasil nos últimos 13 anos. “Saímos do FMI, saímos do mapa da fome. E o livro [O Brasil que Queremos] pretende mostrar caminhos para sair do labirinto em que a gente se encontra. Eles [governo Temer] defendem que sair da crise é cortar recursos do Estado. Mas nós temos de sair desse labirinto por cima e pensar que Estado queremos, que política de gênero, tributária, social queremos. O livro propõe ideias, repensa o futuro do país.”
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