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São Paulo – A Campanha Nacional Unificada 2016 vai ser uma das mais aguerridas dos últimos anos. A luta dos bancários contra demissões, por mais contratações, aumento real, PLR maior, fim da terceirização e condições de trabalho decentes, este ano vai se somar à mobilização nacional de toda classe trabalhadora contra a retirada de direitos como a reforma da Previdência, que pretende aumentar a idade mínima para aposentadoria de homens e mulheres para até 70 anos.
> Vídeo: luta por valorização, empregos e direitos
> Conferência nas redes sociais, em vídeos e fotos
Essa foi a decisão referendada pelos 633 delegados eleitos em todo o Brasil para debater e votar a pauta de reivindicações da Campanha Nacional Unificada 2016 que será entregue à federação dos bancos (Fenaban) no dia 9 de agosto.
Remuneração – Reunidos durante os dias 29 e 31 de julho na 18ª Conferência Nacional dos Bancários, os trabalhadores da categoria definiram reajuste salarial de 14,78% com aumento real de 5% mais inflação projetada em 9,31%. A PLR a ser cobrada dos bancos será de de três salários mais R$ 8.317,90 de parcela fixa adicional e 14º salário. Para o piso, o salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24). O valor do vale-alimentação e da 13ª cesta reivindicado é de R$ 880. Para o vale-refeição, R$ 40 ao dia.
Os trabalhadores também aprovaram a divulgação de um manifesto (clique aqui) contra o golpe e a retirada de direitos, assinado por algumas das maiores centrais sindicais do país.
“Como sempre, os bancários estão mobilizados para fazer uma campanha forte e organizada em torno das suas conquistas. A diferença é que, este ano, estaremos unidos a trabalhadores de outras categorias que também têm suas campanhas no segundo semestre contra as diversas ameaças de retirada dos nossos direitos. Rumo a uma greve geral contra a precarização do trabalho que está sendo imposta pelo governo interino e apoiada por empresários e banqueiros”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira (foto abaixo). “Somos milhões em todo o Brasil e haverá uma grande mobilização caso insistam em avançar contra conquistas históricas dos trabalhadores como o direito à aposentadoria.”
> Cartilha: Revelando as mentiras sobre a Previdência
> Interino, Temer escolheu alvos: trabalhadores e aposentados
> Categorias em campanha unidas no segundo semestre
Emprego – Entre as principais reivindicações dos bancários está o respeito aos empregos. Além do fim das demissões e mais contratações, os trabalhadores querem a promoção da igualdade de oportunidades para todos, o fim das discriminações na contratação, nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, LGBT e pessoas com deficiência (PCDs).
No combate à terceirização no sistema financeiro, será proposta a suspensão de todos os projetos dos que terceirizam serviços e a criação de uma comissão bipartite, com participação dos sindicatos e dos bancos, para reverter esse quadro e transformar todos os terceirizados em bancários.
Somente nos primeiros três meses do ano o lucro líquido dos cinco maiores bancos (Banco do Brasil, Caixa Federal, Bradesco, Itaú e Santander) chegou à marca de R$ 13 bilhões. Dos 25 setores com empresas de capital aberto avaliados pela Consultoria Economatica, o bancário foi o de maior lucratividade no período. As receitas com prestação de serviços e tarifas cresceram 6,2%, atingindo R$ 26,6 bilhões. “São apenas alguns dos dados que compõem os balanços das instituições financeiras e comprovam: não há razão para demitir. Os bancos têm de exercer sua função de atender bem à população, fornecer crédito para o desenvolvimento do país com juros baixos. E isso só se faz com bancários”, destaca a secretária-geral do Sindicato, Ivone Maria da Silva (foto abaixo).
Agências digitais – A pauta deste ano conterá reivindicações específicas para agências digitais e sobre novas tecnologias. A diretora executiva do Sindicato Neiva Ribeiro destaca que o tema é relativamente novo no setor bancário e ainda há muitos aspectos a serem regulamentados. “Uma questão fundamental, por exemplo, é o acesso dos dirigentes sindicais a essas unidades, que tem sido dificultado pelos bancos. Precisamos de uma cláusula na CCT [Convenção Coletiva de Trabalho] que garanta esse direito”, explica. “Temos denúncias de que esses bancários trabalham até oito horas com headset, por isso, é fundamental uma cláusula que estabeleça no máximo seis horas, que é a jornada estabelecida por lei para quem trabalha com teleatendimento. A reivindicação da Conferência é de cinco horas sem redução do salário, inclusive para criação de mais empregos. Outro problema é que eles em geral têm um volume muito grande de clientes para atender, e isso também precisa ser revisto e clausulado na CCT.”
Saúde e condições de trabalho – Além da manutenção da luta contra o assédio moral e as metas abusivas, os bancários querem a melhoria nos programas de retorno ao trabalho, participação dos trabalhadores e dos sindicatos nas questões de saúde. “Queremos mais transparência no PCMSO [Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional] e acesso às informações que constam nos serviços médicos dos bancos, tanto em relação a exames periódicos quanto a ações preventivas implementadas pelas empresas”, informa o secretário de Saúde do Sindicato, Dionísio Reis.
Dionísio destaca ainda as reivindicações sobre Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes): “Uma das demandas é que todos os locais de trabalho tenham Cipa e que os treinamentos e a Sipat [Semana Interna de Prevenção de Acidentes] sejam presenciais e com participação dos bancários”.
Também será cobrado que os planos de saúde sejam mantidos após a aposentadoria do trabalhador e que sejam custeados pelas empresas.
Segurança – Em relação à segurança, os bancários reforçaram a necessidade de portas giratórias nas agências, instalação de biombos nos caixas eletrônicos e o fim das guardas das chaves pelos trabalhadores, além da permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários.
“A Fenaban tem de dar prioridade à proteção da vida humana, mas há uma resistência dos bancos. Os gastos com publicidade são muito maiores que com a segurança de seus empregados e isso tem de mudar”, destaca o secretário Jurídico do Sindicato, Carlos Damarindo.
Estratégia – Além da unidade entre trabalhadores de bancos públicos e privados, os bancários aprovaram estratégias de luta em defesa do emprego, pelo fim das demissões imotivadas, da terceirização, em defesa das empresas públicas. “Diante dos ataques aos direitos, os bancários dizem não à reforma da Previdência como está apresentada pelo governo interino, à proposta que coloca o negociado sobre o legislado, em defesa da CLT, do SUS, além da importância de esclarecer a população sobre a alta de juros tão nefasta à sociedade”, explica a secretária de Comunicação e Imprensa do Sindicato, Marta Soares. “Nenhum direito a menos.”
“Estamos atentos às ameaças impostas aos trabalhadores pela conjuntura política no país”, afirma Rita Berlofa, presidenta da UNI Finanças Mundial. “Nossa conferência nacional referendou a importância dos bancos públicos para o crescimento econômico e o desenvolvimento social de toda a América Latina. E UNI América Finanças está nessa luta.”
Paridade – Os delegados votaram que a partir de 2017, a Conferência deverá contar com a participação mínima de 30% de mulheres. Também foram aprovadas moções, entre as quais a que categoria se coloca contra a violência de gênero.
Cláudia Motta - 31/7/2016
> Vídeo: luta por valorização, empregos e direitos
> Conferência nas redes sociais, em vídeos e fotos
Essa foi a decisão referendada pelos 633 delegados eleitos em todo o Brasil para debater e votar a pauta de reivindicações da Campanha Nacional Unificada 2016 que será entregue à federação dos bancos (Fenaban) no dia 9 de agosto.
Remuneração – Reunidos durante os dias 29 e 31 de julho na 18ª Conferência Nacional dos Bancários, os trabalhadores da categoria definiram reajuste salarial de 14,78% com aumento real de 5% mais inflação projetada em 9,31%. A PLR a ser cobrada dos bancos será de de três salários mais R$ 8.317,90 de parcela fixa adicional e 14º salário. Para o piso, o salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24). O valor do vale-alimentação e da 13ª cesta reivindicado é de R$ 880. Para o vale-refeição, R$ 40 ao dia.
Os trabalhadores também aprovaram a divulgação de um manifesto (clique aqui) contra o golpe e a retirada de direitos, assinado por algumas das maiores centrais sindicais do país.
“Como sempre, os bancários estão mobilizados para fazer uma campanha forte e organizada em torno das suas conquistas. A diferença é que, este ano, estaremos unidos a trabalhadores de outras categorias que também têm suas campanhas no segundo semestre contra as diversas ameaças de retirada dos nossos direitos. Rumo a uma greve geral contra a precarização do trabalho que está sendo imposta pelo governo interino e apoiada por empresários e banqueiros”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira (foto abaixo). “Somos milhões em todo o Brasil e haverá uma grande mobilização caso insistam em avançar contra conquistas históricas dos trabalhadores como o direito à aposentadoria.”
> Cartilha: Revelando as mentiras sobre a Previdência
> Interino, Temer escolheu alvos: trabalhadores e aposentados
> Categorias em campanha unidas no segundo semestre
Emprego – Entre as principais reivindicações dos bancários está o respeito aos empregos. Além do fim das demissões e mais contratações, os trabalhadores querem a promoção da igualdade de oportunidades para todos, o fim das discriminações na contratação, nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, LGBT e pessoas com deficiência (PCDs).
No combate à terceirização no sistema financeiro, será proposta a suspensão de todos os projetos dos que terceirizam serviços e a criação de uma comissão bipartite, com participação dos sindicatos e dos bancos, para reverter esse quadro e transformar todos os terceirizados em bancários.
Somente nos primeiros três meses do ano o lucro líquido dos cinco maiores bancos (Banco do Brasil, Caixa Federal, Bradesco, Itaú e Santander) chegou à marca de R$ 13 bilhões. Dos 25 setores com empresas de capital aberto avaliados pela Consultoria Economatica, o bancário foi o de maior lucratividade no período. As receitas com prestação de serviços e tarifas cresceram 6,2%, atingindo R$ 26,6 bilhões. “São apenas alguns dos dados que compõem os balanços das instituições financeiras e comprovam: não há razão para demitir. Os bancos têm de exercer sua função de atender bem à população, fornecer crédito para o desenvolvimento do país com juros baixos. E isso só se faz com bancários”, destaca a secretária-geral do Sindicato, Ivone Maria da Silva (foto abaixo).
Agências digitais – A pauta deste ano conterá reivindicações específicas para agências digitais e sobre novas tecnologias. A diretora executiva do Sindicato Neiva Ribeiro destaca que o tema é relativamente novo no setor bancário e ainda há muitos aspectos a serem regulamentados. “Uma questão fundamental, por exemplo, é o acesso dos dirigentes sindicais a essas unidades, que tem sido dificultado pelos bancos. Precisamos de uma cláusula na CCT [Convenção Coletiva de Trabalho] que garanta esse direito”, explica. “Temos denúncias de que esses bancários trabalham até oito horas com headset, por isso, é fundamental uma cláusula que estabeleça no máximo seis horas, que é a jornada estabelecida por lei para quem trabalha com teleatendimento. A reivindicação da Conferência é de cinco horas sem redução do salário, inclusive para criação de mais empregos. Outro problema é que eles em geral têm um volume muito grande de clientes para atender, e isso também precisa ser revisto e clausulado na CCT.”
Saúde e condições de trabalho – Além da manutenção da luta contra o assédio moral e as metas abusivas, os bancários querem a melhoria nos programas de retorno ao trabalho, participação dos trabalhadores e dos sindicatos nas questões de saúde. “Queremos mais transparência no PCMSO [Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional] e acesso às informações que constam nos serviços médicos dos bancos, tanto em relação a exames periódicos quanto a ações preventivas implementadas pelas empresas”, informa o secretário de Saúde do Sindicato, Dionísio Reis.
Dionísio destaca ainda as reivindicações sobre Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes): “Uma das demandas é que todos os locais de trabalho tenham Cipa e que os treinamentos e a Sipat [Semana Interna de Prevenção de Acidentes] sejam presenciais e com participação dos bancários”.
Também será cobrado que os planos de saúde sejam mantidos após a aposentadoria do trabalhador e que sejam custeados pelas empresas.
Segurança – Em relação à segurança, os bancários reforçaram a necessidade de portas giratórias nas agências, instalação de biombos nos caixas eletrônicos e o fim das guardas das chaves pelos trabalhadores, além da permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários.
“A Fenaban tem de dar prioridade à proteção da vida humana, mas há uma resistência dos bancos. Os gastos com publicidade são muito maiores que com a segurança de seus empregados e isso tem de mudar”, destaca o secretário Jurídico do Sindicato, Carlos Damarindo.
Estratégia – Além da unidade entre trabalhadores de bancos públicos e privados, os bancários aprovaram estratégias de luta em defesa do emprego, pelo fim das demissões imotivadas, da terceirização, em defesa das empresas públicas. “Diante dos ataques aos direitos, os bancários dizem não à reforma da Previdência como está apresentada pelo governo interino, à proposta que coloca o negociado sobre o legislado, em defesa da CLT, do SUS, além da importância de esclarecer a população sobre a alta de juros tão nefasta à sociedade”, explica a secretária de Comunicação e Imprensa do Sindicato, Marta Soares. “Nenhum direito a menos.”
“Estamos atentos às ameaças impostas aos trabalhadores pela conjuntura política no país”, afirma Rita Berlofa, presidenta da UNI Finanças Mundial. “Nossa conferência nacional referendou a importância dos bancos públicos para o crescimento econômico e o desenvolvimento social de toda a América Latina. E UNI América Finanças está nessa luta.”
Paridade – Os delegados votaram que a partir de 2017, a Conferência deverá contar com a participação mínima de 30% de mulheres. Também foram aprovadas moções, entre as quais a que categoria se coloca contra a violência de gênero.
Cláudia Motta - 31/7/2016