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Caixa “solta cachorros” em cima dos empregados

Linha fina
Na segunda rodada de negociação específica da Campanha 2016, banco afirma que reestruturação está suspensa, mas estão liberados “ajustes” nos setores
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São Paulo – Se a primeira negociação sobre o acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com a Caixa Federal foi marcada pelo descaso da direção do banco público com os empregados, a segunda rodada nesta quarta 24 foi bem pior. Não há data para uma próxima negociação.

Os negociadores da Caixa “soltaram os cachorros” contra os trabalhadores, de acordo com o diretor do Sindicato e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), Dionísio Reis. Afirmaram, por exemplo, que o processo de reestruturação está suspenso, mas que as chefias estão liberadas para promover “ajustes” que visem melhorias.

“Na prática isso quer dizer que chefias podem perseguir empregados à vontade, pois terão respaldo do banco. Isso é um absurdo que não vamos tolerar. Os empregados terão de reagir à altura e ampliar a mobilização para que o respeito seja estabelecido nas relações no ambiente de trabalho”, afirma Dionísio.

Como exemplo dos efeitos nefastos desse tipo de “ajustes”, os dirigentes sindicais relataram a perseguição de um gestor da Centralizadora Nacional de Habitação e Garantia (Cehag) da cidade de São Paulo, onde sete trabalhadores foram “transferidos” para outras unidades e outros 30 rebaixados na função. Tudo de forma unilateral e sem qualquer tipo de avaliação. 
 
Para os negociadores do banco essa remoção estava correta e informaram que se enquadra na nova política da empresa.

“Com isso a Caixa está institucionalizando o assédio moral. Fato que não toleraremos”, reforça o coordenador da CEE.

Saúde do trabalhador – Os bancários reivindicaram o custeio integral pela Caixa do tratamento das doenças ocupacionais, inclusive para os empregados aposentados por invalidez por acidente de trabalho. Também cobraram pesquisa e mapeamento do perfil do bancário da Caixa, criação de uma política de saúde mental, abertura de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) em caso de assalto a todos os empregados da unidade, além do combate ao assédio moral e todas as formas de violência organizacional.

A Caixa argumentou que já custeia o tratamento e admitiu que desrespeita a emissão da CAT por não fazê-la no período de 24 horas, mas só depois de avaliado por médico ou psicólogo. Negou a criação de política de saúde mental com participação dos trabalhadores. Afirmou ainda que faz o combate ao assédio moral.

GDP – A CEE voltou a reivindicar o fim da Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP). A Caixa também negou.

Saúde Caixa – Os sindicalistas enfatizaram que, pelo segundo ano consecutivo, a Caixa descumpre acordo que prevê a utilização do superávit anual do Saúde Caixa para melhorias no plano.

“A afirmação da bancada patronal foi de que ainda não foi aprovado pelo Conselho Diretor. Isso é uma provocação ao movimento sindical, que discute o tema há anos no GT de Saúde”, critica Dionísio.

Funcef – Os empregados também reivindicaram a quitação do contencioso judicial da Caixa com a Funcef e a manutenção do Fundo para Revisão de Benefícios. O banco não se posicionou.

Função de caixa – Outra reivindicação apresentada foi a alteração do normativo RH184, com a extinção do caixa minuto, do avaliador minuto e do tesoureiro minuto. 
Mas tudo que os negociadores do banco fizeram foi confirmar a extinção do cargo de caixa, retirado inclusive do Plano de Funções Gratificadas. E nenhuma resposta sobre alterar o normativo.

Caixa 100% pública – Quanto ao não fatiamento da Caixa e a manutenção de todas as participações acionárias que a empresa detém atualmente, os negociadores pela Caixa mostraram-se favoráveis. “Porém, os movimentos que vemos da Caixa não vão nesse sentido, como a possibilidade de venda da loteria, cartões e da seguradora. Além do risco que representa a saída do Fundo de Garantia da sua gestão, pleiteiada pelos bancos privados”, alerta Dionisio.

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Redação com informações da Contraf-CUT – 24/8/2016
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