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Por nenhum direito a menos, trabalhadores unidos!

Linha fina
Em dia de paralisação nacional contra retirada de direitos, bancários se unem a outras categorias e dizem não à PEC 241, ao negociado sobre legislado, terceirização e às reformas trabalhista e previdenciária
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Felipe Rousselet, Redação Spbancarios
22/9/2016


São Paulo – No 17º dia de greve, quinta-feira 22, os bancários se uniram a outras categorias como petroleiros, metalúrgicos, químicos, profissionais da saúde e da educação, além de estudantes e movimentos sociais, no dia de paralisação nacional contra a retirada de direitos, rumo à greve geral, convocado pela CUT e outras centrais sindicais e entidades ligadas às frentes Brasil Popular e Povo sem Medo.  

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“É um absurdo o que o governo quer fazer. Se liberarem a terceirização para tudo, os bancários serão extintos. Vão terceirizar tudo. É o fim da CLT. Aí, quem era bancário vai ter que aceitar ser contratado por uma empresa terceirizada e ainda terá de negociar tudo que hoje é garantido por lei. Isso não é flexibilizar nada, é acabar com tudo”, disse um bancário de uma agência da Caixa Federal, na Avenida Paulista.

Em um grande ato, que teve início às 16h, na mesma Paulista, milhares de trabalhadores disseram não à PEC 241, que congela gastos públicos com saúde, educação, transporte e cultura por 20 anos; ao negociado sobre legislado; à terceirização; e às reformas trabalhistas e da Previdência.

“Não iremos aceitar este extermínio dos direitos dos trabalhadores pretendido pelo governo Temer. Um projeto neoliberal que jamais seria referendado pelas urnas. Os bancários estão em greve por valorização, emprego e melhores condições de trabalho, mas também vamos lutar contra os ataques aos direitos trabalhistas e sociais. Não aceitaremos nenhum direito a menos. Como diz o mote da nossa campanha, só a luta te garante”, afirmou a secretária-geral do Sindicato, Ivone Silva.

Entre todas as categorias presentes no ato, foi consenso a necessidade da construção da unidade de todos os trabalhadores em torno de uma greve geral.

“O governo golpista quer tirar direitos dos trabalhadores, quer rasgar a CLT, quer que o negociado prevaleça sobre o que está na lei, quer retirar recursos do pré-sal que iriam para a educação, quer a terceirização da atividade-fim, quer mudar o ensino médio suprimindo disciplinas importantes, querem congelar os investimentos por 20 anos, levando o SUS e a educação ao colapso. Por isso, vamos apontar para uma greve geral”, destacou o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo.

“A unidade dos trabalhadores é fundamental. Nós metalúrgicos, junto com as outras categorias, temos que construir uma greve geral em defesa dos nossos direitos, duramente conquistados mediante a nossa democracia brasileira”, afirmou o metalúrgico Wellington Barbosa.

Telemarketing da educação – De acordo com a professora Zuleide Maria do Carmo, 52 anos, há 22 anos no ensino público paulista, o congelamento de investimentos do estado por duas décadas (será corrigido apenas pela inflação do ano anterior), como propõe a PEC 241, levaria a uma precarização ainda maior da educação pública.

“Na educação já existe um problema de formação deficitária dos profissionais. As pessoas saem da universidade e não acreditam na profissão de professor como meio de vida. Se você não tem perspectiva de concursos por 20 anos, se esvazia completamente a carreira do magistério e se estabelece um sistema de precarização das contratações. Vai entrar gente que não é professor, nem por formação e muito menos por vocação, somente porque existe uma vaga que não é ocupada. Vai ser o telemarketing da educação.”
“A proposta de reforma da previdência, exigindo que um professor com 25 anos de profissão fique mais não sei quantos anos na sala de aula, é outra forma de esvaziar a educação”, concluiu a educadora.

Reforma do Ensino Médio – Em assembleia que antecedeu o ato unificado, os professores da rede estadual paulista definiram nova paralisação, no dia 5 de outubro, contra a reforma do ensino médio proposta pelo governo Temer.

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"Querem acabar com as disciplinas humanas. Não querem que os alunos pensem. Em 2000, quando o Fernando Henrique tentou reformar o ensino médio, nós impedimos com uma das maiores paralisações da história. Vamos impedir de novo", disse a presidenta do Sindicato dos Professores no Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, reforçando ainda que os professores vão aderir aos atos e paralisações convocados pelas centrais sindicais, contra os ataques do governo Temer.
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