São Paulo – O lucro líquido gerencial do Santander Brasil no primeiro semestre deste ano chegou a R$ 3,2 bilhões, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira 26 pelo banco. Apesar de expressivo, o montante representa queda de 4,3% em comparação com o mesmo período de 2011. Mas é importante ressaltar que o resultado foi extremamente afetado pelas despesas com provisionamento para devedores duvidosos (PDD).
O PDD é o que a instituição reserva para cobrir possíveis perdas com inadimplência. Ele entra como despesa no balanço e, assim, acaba por diminuir o lucro.
De janeiro a junho, a despesa de provisão para crédito de liquidação duvidosa alcançou R$ 7,8 bilhões – acréscimo de 36,1% em doze meses (ou R$ 2 bi) e 27,3% em relação ao trimestre anterior (ou R$ 934 mi).
O índice de inadimplência, que está em 4,9% do total da carteira de crédito, mostrou elevação de 0,4 p.p. em relação ao trimestre anterior. O detalhe é que, quando isolado o efeito da venda de uma carteira ocorrida no primeiro trimestre do ano, a inadimplência total e a inadimplência pessoa física aumentam apenas 0,1 p.p. no trimestre, enquanto a inadimplência pessoa jurídica permanece estável.
O próprio banco admite em seu relatório a possibilidade de queda para esse indicador: “Com a expectativa de retomada da atividade econômica a partir do segundo semestre, a tendência esperada será uma melhora nos atuais patamares de inadimplência e consequentemente de despesa de provisão”.
Além disso, o fato de a receita de recuperação de crédito ter crescido 65,1% no trimestre mostra como os níveis de provisionamento são conservadores. Receitas crescem – Apesar do efeito do provisionamento, que impactou negativamente no resultado, deve-se levar em conta que, mesmo com a queda no lucro todas as receitas do banco apresentaram forte crescimento. As oriundas de crédito apresentaram crescimento de 20,9% em doze meses e 5,2% no trimestre. As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias somaram R$ 4,8 bilhões no primeiro semestre de 2012, alta de 10,7% em doze meses.
Emprego – Outro ponto significativo do balanço mostra que o Santander diminui os gastos com remuneração de pessoal (incluindo PLR), que caíram 5,9% no 2º trimestre de 2012 em relação ao trimestre anterior. Segundo o relatório “a queda no trimestre é decorrente da redução na linha de remuneração”.
Com relação ao emprego o Santander seguiu a tendência do mercado bancário e reduziu em 135 o número de postos de trabalho no banco entre o primeiro e o segundo trimestre.
Mundo – O Brasil ainda representa a maior participação do lucro do grupo Santander no mundo. Correspondeu a 26% do total, seguido da Espanha, com 14%. Quando se leva em conta os países da América Latina onde o banco atua, incluindo o Brasil, essa participação se amplia para 50% do total.
Andréa Ponte Souza - 26/7/2012
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Resultado foi muito impactado pelo montante de provisionamento, que cresceu 36,1% em relação ao primeiro semestre de 2011
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