São Paulo – Dirigentes sindicais e funcionários do Itaú no Brasil, Argentina, Paraguai, Chile e Uruguai discutiram os problemas que afetam os trabalhadores do banco nesses países e reafirmaram o empenho pela assinatura de um acordo marco global com a instituição financeira. As discussões se deram durante a 8ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais, que começou na segunda 23 e termina nesta quinta 26, em Montevidéu, Uruguai. Promovido pela UNI Américas Finanças, o encontro reúne cerca de 80 dirigentes do HSBC, Santander Banco do Brasil, BBVA e Scotiabank.
"O banco tem a mesma prática em todos esses países. Aposta em demissões arbitrárias, rotatividade, terceirizações e metas abusivas que levam ao adoecimento do trabalhador”, afirma o diretor executivo do Sindicato e funcionário do Itaú, Daniel Reis, que participa do evento.
Daniel lembra que só entre 2010 e 2011 foram reduzidos 4 mil postos de trabalho e demitidos 10 mil bancários do Itaú na América Latina. Ressalta ainda que o turn over (rotatividade) promovido pelo banco resulta na desvalorização do salário, já que os novos funcionários entram com salários menores que os demitidos.
Além disso, informa o dirigente, a prática antissindical do Itaú também é comum no continente. “Há perseguição de dirigentes e restrições na contratação”, denuncia.
Acordo marco – As discussões em Montevidéu reforçaram a necessidade de firmar com o banco um acordo marco global, que estabeleça limites a essas práticas.
Segundo Daniel, o acordo deve incluir a discussão da participação nos lucros e resultados; uma política positiva de contratação, sem discriminação; o combate ao trabalho precário e à flexibilização de direitos; a melhoria das condições de saúde dos funcionários; o combate às metas abusivas ao assédio moral; o combate às demissões; coibir o turn over no banco, para que não haja diminuição dos salários; e que as avaliações de desempenham sejam de fato justas.
“O encontro foi positivo. Agora vamos pressionar o banco pela assinatura do acordo”. Daniel informa ainda que o Itaú já havia sinalizado que receberia delegados sindicais neste segundo semestre. “Há uma grande possibilidade de negociarmos com o banco ainda este ano”, diz.
Além do Sindicato, a delegação brasileira em Montevidéu contou com representantes dos sindicatos do Rio de Janeiro, Curitiba, Campinas, Fetec-CUT/SP e Feeb SP/MT.
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Andréa Ponte Souza - 26/7/2012
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