São Paulo – Embora o Banco do Brasil seja a única instituição financeira nacional a firmar Acordo Marco Global com a UNI (sindicato global), abrangendo os bancários de todos os países das Américas, é necessário que a direção da empresa coloque em prática o que determina o documento. A constatação é dos funcionários da instituição financeira que integram o Comitê Sindical Internacional do Banco do Brasil da UNI que participam da 8ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais dos Bancos Internacionais, promovida pela UNI Américas Finanças, entre 23 e 26 de julho, no Uruguai.
De acordo com a secretária-geral do Sindicato e funcionária do BB, Raquel Kacelnikas, a troca de informações entre bancários de outros países é essencial para detectar problemas, verificar como são firmados os acordos em cada nação para buscar aperfeiçoá-los junto ao banco. “Um direito que conquistamos há muitos anos como a Participação nos Lucros e Resultados não é pago aos bancários argentinos. Esse é apenas um exemplo da diferenciação que existe entre empregados de uma mesma empresa”, afirma.
Segundo Raquel Kacelnikas, além da troca de experiência entre dirigentes sindicais do Brasil (Sindicato e Contraf-CUT), Argentina (La Bancaria) e Paraguai (Fetraban) foi iniciada a comparação das cláusulas dos acordos coletivos. “Consideramos que o acordo marco é um avanço, mas que, além de ser aprimorado, buscando a isonomia de direitos entre todos os empregados, também tem de ser estendido aos países dos demais continentes onde o BB atua”, destaca.
De acordo com resolução do Comitê, a UNI deverá contatar o Banco do Brasil para que seja agendada negociação, ainda neste semestre, com a presença de representantes dos trabalhadores dos países envolvidos, para tratar especificamente do aprimoramento e renovação do acordo marco, cuja validade vai até 2013.
Acordo Marco – O Acordo Marco Global foi assinado por BB e UNI em 2011 e, além da América Latina, abrange também os funcionários do Banco Patagonia (Argentina), as agências do BB em Nova York, Miami, os escritórios de Washington, Panamá e a subagência de Santa Cruz de La Sierra (Bolívia).
O instrumento garante aos bancários do BB direitos fundamentais previstos nas declarações da Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre eles o de sindicalização e livre organização sindical, o reconhecimento do direito de negociação coletiva, o compromisso do banco com o combate e a prevenção de problemas de saúde derivados da atividade laboral, o combate aos assédios moral e sexual, a garantia de ausência de discriminação no emprego e a promoção da igualdade de oportunidades.
Sob o ponto de vista da abrangência, o acordo é o segundo maior já assinado pela UNI Sindicato Global com empresas do setor financeiro em todo o mundo. A UNI, entidade à qual a Contraf-CUT é filiada, reúne mais de mil sindicatos e mais de 22 milhões de trabalhadores do setor de serviços em 160 países de todos os continentes.
Redes sindicais – Além do Banco do Brasil, a 8ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais dos Bancos Internacionais da UNI Finanças reúne representantes sindicais do HSBC, Santander, BBVA e Itaú.
A delegação brasileira contou com 24 dirigentes sindicais. Pelo Sindicato participaram a secretária-geral Raquel Kacelnikas (BB), as diretoras executivas Rita Berlofa (coordenadora internacional da rede Santander) e Maria Rosani (Santander), o diretor executivo Daniel Reis (Itaú) e a dirigente Liliane Fiúza (HSBC). A Contraf-CUT foi representada por Carlos Cordeiro, presidente da entidade e da UNI América Finanças, pelo secretário de relações internacionais, Mario Raia. E pelo secretário de Formação e coordenador da Comissão de empresa dos Funcionários do Banco do Brasil William Mendes.
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Redação - 26/7/2012 (atualizada em 31/7/2012)
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Instrumento foi assinado há um ano, mas persistem diferenças nos direitos de bancários de países da América Latina
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