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Passeata pede fim da violência contra jovens

Linha fina
Ato promovido pela CUT-SP celebra Dia Mundial da Juventude e ressalta que violência urbana, preconceito e falta de trabalho decente são principais problemas a serem enfrentados
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São Paulo – Mais empregos, menos violência, mais acesso à cultura e educação, menos preconceito da sociedade. As reivindicações parecem ser básicas, mas o desafio é enorme para os jovens brasileiros e para as organizações que apóiam e lutam por essas reivindicações.

> Vídeo: matéria especial sobre a passeata

No domingo 12, é celebrado o Dia Mundial da Juventude. Para lembrar a data, o Sindicato participou de um ato promovido pela Central Única dos Trabalhadores de São Paulo, em parceria com diversos movimentos sociais, nesta sexta-feira 10, na Praça do Patriarca, região central. A diretora da Fetec-CUT/SP Anatiana Alves lembra que entre as bandeiras da CUT está a luta pelo trabalho decente dos jovens. “É uma pauta importante, pois muitas empresas empregam jovens, mas não respeitam o tempo que precisam para se dedicar aos estudos. É uma faixa etária que está em um importante processo de formação e precisam ser orientados e valorizados em seu ambiente de trabalho”, ressalta.

A violência contra os jovens também está entre as preocupações da Central, uma vez que a juventude é o principal alvo dos homicídios causados pela violência urbana em todo o Brasil. Segundo a Agência Brasil, em um ranking de 92 países do mundo, apenas El Salvador, Venezuela e Guatemala apresentam taxas de homicídio maiores que as do Brasil (44,2 casos em 100 mil jovens de 15 a 19 anos). Todos os três países têm economia menor que a brasileira – atualmente a sexta maior do mundo (segundo o Produto Interno Bruto) –, não dispõem de um sistema de proteção legalizado como o Estatuto da Criança e do Adolescente, nem programas sociais com o número de beneficiários como o Bolsa Família. Os dados são do Mapa da Violência.

Rotina violenta – O estudante e skatista Miguel Henrique, de 18 anos, veio de Campinas, interior de São Paulo, para participar do ato. “Nem sei quantas vezes eu já sofri violência policial. Eles já chegam com pressão psicológica e partem para a violência física”, relata sobre suas experiências com a PM.

Outro jovem, de 20 anos, o Zuza, diz sofrer preconceito e perseguição por ser punk. “Sofro muito, se entro em um supermercado, me perseguem achando que vou roubar ou fazer qualquer coisa errada. Não consigo emprego por conta do corte do meu cabelo. O preconceito é da polícia e de grande parte da sociedade”, protesta.

Virando o jogo – Aos 15 anos, uma garota que vivia na Baixada Santista engravidou. Filha de militar, com educação extremamente rígida, ela frequentava a igreja de uma determinada religião e foi expulsa quando souberam da notícia sobre sua gravidez.

Reagiu, foi trabalhar, tornou-se responsável pela criança. Auxiliar de limpeza em um hospital, cansou de ver jovens como ela serem humilhados por conta de problemas que, como ressalta, “não têm nenhuma relação com o caráter de uma pessoa”. Identificada com a luta sindical, passou a ser dirigente no SindLimpeza, sindicato de sua categoria.

Hoje, aos 36 anos, Luciana Geremias venceu barreiras e preconceitos, e é secretária da Juventude da CUT-SP. “Agora, um dos meus principais desafios é inserir a juventude trabalhadora nas atividades sindicais e, ao mesmo tempo, mostrar à sociedade que esses jovens sindicalistas precisam de apoio, e não de discriminação, já que estão se empenhando por uma sociedade mais justa”, ressalta Luciana minutos antes de sair em passeata rumo à Quadra dos Bancários.

A programação previa ainda apresentações culturais na Quadra, com dança e música.


Gisele Coutinho – 10/8/2012

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