São Paulo – Bancários realizarão paralisações a partir desta segunda-feira 27 em 29 agências que tiveram o seu horário de funcionamento alterado. Questões como falta de segurança, retirada de direitos e jornada de trabalho estão entre as principais preocupações dos bancários que nem sequer foram consultados pela direção do banco para se manifestar sobre a mudança.
Daniel Reis, diretor executivo do Sindicato e funcionário do Itaú, destaca o fato de que a alteração na jornada de trabalho deve passar por consulta junto aos trabalhadores, que possuem compromissos e vida pessoal. “As mudanças foram impostas. O banco precisa respeitar a vida pessoal do bancário, que mantém sua rotina de acordo com a jornada de trabalho que tem no banco. Portanto, os novos horários podem ser incompatíveis e o Itaú precisa respeitar.”
Segundo o dirigente, além da medida ter sido imposta, nem sempre há condições de trabalho adequadas em função da alteração, como o fato de que muitas agências não possuem as mínimas condições de segurança para funcionar em horário estendido, o que poderá agravar os problemas com assaltos. “O trabalho bancário lida com muita movimentação de dinheiro, o que expõe o trabalhador ao risco. No caso de jornadas à noite, a insegurança será bem maior”, explicou.
Outro problema apontado pelo dirigente é o fato de que a medida desrespeita o horário de funcionamento do sistema financeiro, que, no caso de São Paulo, convencionou-se o período das 10h às 16h de atendimento ao público. “Essa medida afetará na jornada de trabalho do bancário, que já vem ultrapassando o seu horário. Com essa ampliação, a situação tende a piorar e agravar. E não podemos admitir a retirada de direitos dos trabalhadores”, explica.
O debate sobre a ampliação do horário de atendimento, segundo o dirigente, não pode ser imposto e feito de maneira unilateral somente pelo Itaú. Ele ainda destaca que o Sindicato tem propostas sobre o assunto e defende um debate amplo para que a questão seja regulamentada. “Nós não concordamos com a mudança e nem a forma como ela foi feita. Por isso, vamos reagir e lutar em defesa dos direitos dos trabalhadores, que já manifestaram insatisfação com a mudança imposta”, finalizou Daniel.
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Tatiana Melin - 27/8/2012
Linha fina
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