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Mantega volta cobrar redução dos juros bancários

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Respaldado pela queda sistemática da Selic, ministro da Fazenda afirma que cobranças dos bancos ainda não estão adequadas
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Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que apesar da redução dos juros básicos da economia brasileira, os bancos ainda cobram taxas inadequadas.

“Houve também queda do spread, porém, ainda não estamos com uma taxa de juros adequada praticada pelos bancos de modo que possa estimular o consumo”, disse Mantega nesta quinta 30, ao participar da 39ª reunião do pleno do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto.

Segundo pesquisa divulgada pelo Banco Central (BC) também na quinta 30, a média cobrada pelos bancos para as famílias superou os 30% ao ano em julho, período em que a Selic variou entre 8,5% e 8%, ambas também ao ano. No cheque especial, média acima de 151%, sempre ao ano.

O spread (diferença entre a taxa de captação de recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes) para pessoas físicas caiu ínfimo 0,1 ponto percentual no mesmo período, ficando em 28,4%. Para as empresas, houve alta de 0,1 ponto percentual para 16%.

Foi a segunda declaração de Mantega neste teor somente em agosto.

> Mantega critica bancos na redução de juros e spread

Segundo o ministro, com a diminuição da Selic, o Brasil atinge um patamar “quase civilizado”. “Essa mudança de patamar de juros causa impacto extraordinário na economia brasileira, uma mudança estrutural profunda que vai fazer com que a produção seja privilegiada em relação à aplicação brasileira. Você canaliza a poupança do país para a produção”.

Para Mantega, a economia brasileira começa se aquecer e a prioridade do governo é aumentar o nível de investimentos do país, sobretudo em infraestrutura.

Queda livre - O Comitê de Política Monetária do Banco Central fez na quarta-feira 29 a nona redução consecutiva da Selic, levando-a para 7,5% ao ano. Os diretores do BC divulgaram nota informando que optaram, por unanimidade, manter a política de afrouxamento do processo monetário.

> Taxa básica de juros cai para 7,5% ao ano

Alturas - Se a Selic despenca, os juros bancários descem degrau por degrau, bem lentamente. Segundo o estudo do Banco Central, a redução das taxas médias para famílias de junho para julho foi de apenas 0,3 ponto percentual - 36,5 para 36,2. A variação negativa é de apenas 0,82%. Para empresas, as taxas ficaram em 23,6% ao ano, recuo de 0,2 ponto percentual ou 0,84%.

Com isso, a taxa média geral, de pessoas físicas e jurídicas, caiu 0,4 ponto percentual, alcançando patamar de 30,7% ao ano, redução de 1,29%.

Já a variação para baixo, no mesmo período, de 0,5 ponto percentual da Selic - 8,5% para 8% - representa queda de 5,89%.

A inadimplência, considerados atrasos superiores a 90 dias, apresentou leve alta de 0,1 ponto percentual para as famílias e ficou em 7,9%, em julho. No caso das empresas, o indicador ficou estável em 4%.

Estratosfera - No cheque especial, os bancos mantém as taxas bem mais acima, apesar da redução de 16 pontos percentuais (9,63%). De acordo com o mesmo estudo do Banco Central para o mesmo período, elas ficaram em 151% ao ano. Nada menos do que 18 vezes maior do que a Selic.

Importante levar em conta que essas taxas estão, ainda, entre as mais baixas praticadas. A média para as famílias é a menor já medida pelo BC e a dos cheques especiais, a mais baixa desde março de 2008.


Redação, com informações da Agência Brasil - 30/8/2012

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