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Parados, bancários denunciam contingenciamento

Linha fina
Itaú é campeão na tentativa de enfraquecer paralisação dos trabalhadores. BB alugou prédio para contingenciar, ao invés de valorizar funcionários
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São Paulo – Os trabalhadores da concentração do Itaú localizada na Praça do Patriarca foram convocados a entrar às 3h30. O expediente que começou de madrugada foi uma medida imposta pela direção do banco, praticada também em outros centros administrativos do Itaú, mesma instituição financeira que desde agosto mudou o horário do expediente dos funcionários de maneira unilateral, sem consultar os trabalhadores e o Sindicato, em agências que passaram a funcionar das 9h às 16h ou 12h às 19h.

A tentativa do Itaú de enfraquecer o movimento dos bancários também foi denunciada no Boca no Trombone. “Fomos coagidos a entrar no CA Raposo Tavares às 4h para manter o nível de serviço sem alterações”, denuncia o bancário. O banco também pratica o contingenciamento em uma unidade localizada na Rua Fábia, na Lapa, Patriarca (foto), no ITM e no CAU: "estamos sendo obrigados a entrar no CAU de madrugada com o objetivo de "furar" a greve e ainda por cima estão exigindo o cumprimento da jornada diária integral, sob o pretexto de não prejudicar as operações", diz outro, também via Boca no Trombone.

> Denuncie o contingenciamento pelo Boca no Trombone
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Já o Banco do Brasil resolveu investir em aluguel de salas no prédio em frente ao Sindicato. Uma reunião no Centro de Suporte Operacional um dia antes da greve comunicou os funcionários sobre o “novo local de trabalho” improvisado. “Trabalho há 19 anos no BB, o que mais me motiva a entrar na mobilização é o assédio moral, a sobrecarga de trabalho e a pressão por metas”, desabafou a bancária que não aceitou o contingenciamento e cruzou os braços.

Sobre o Santander, denúncias também chegaram: " o Santander envia funcionários para a Torre e para o SAS quando fecham o Casa 1. Falta de respeito com direito a greve!!!", ou , "funcionários do Call Center Santander SPI informam que está sendo montado um plano de contingênciamento em um prédio no centro onde opera a empresa Tivit". No Bradesco, mais relatos: "Os diretores e regionais do banco Bradesco Sp1, Sp2 estão mandando os Gerentes de Contas nos dias de greve irem o dia todo fazer visitas para prospecção de negócios".

A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, deu o recado: “É fundamental que funcionários de bancos públicos e privados entrem na greve, um importante instrumento e nosso último recurso depois de 45 dias de negociação sem retorno dos banqueiros. Precisamos nos mobilizar para resolver o assédio moral, o descomissionamento (no caso do BB) e acabar com o desrespeito à jornada de trabalho de seis horas”.

Em frente ao prédio do BB – antiga matriz da Nossa Caixa – na Rua 15 de Novembro, a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas, conversou com a população para explicar que o setor que mais lucra no país – mais de R$ 26 bi nos primeiros seis meses – negou as reivindicações da categoria. “É nosso primeiro dia de greve. Enquanto os bancos não fizerem proposta decente, a população terá de conviver com a paralisação”, disse a dirigente ao ressaltar que na quinta, às 16h, os bancários fazem nova assembleia na Quadra (Rua Tabatinguera, 192, Sé), para avaliar os rumos do movimento.

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Gisele Coutinho – 18/9/2012

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