São Paulo – O quarto dia de greve da categoria paralisou uma das importantes concentrações do Itaú. Nesta sexta-feira 20, os bancários do Centro Administrativo Tatuapé (CAT) aproveitaram a presença do Sindicato e falaram dos problemas do dia a dia sob a condição de não serem identificados. A unidade concentra cerca de 5 mil trabalhadores.
A pressão por cumprimento de metas e de aderência está entre as principais reclamações. “Estamos sendo pressionados a fazer a prova da Anbid, lembrando que não é obrigatório para o nosso trabalho. Quem não passa na primeira vez já fica marcado e ouve diversas insinuações que nos deixa preocupados. Segundo o gestor, quem não conseguir aprovação será remanejado. A indignação é generalizada”, afirma um funcionário.
Uma outra, que voltou recentemente de licença médica, relata que pediu transferência de área para evitar que seu problema de saúde se agravasse, mas o banco simplesmente ignorou a reivindicação. “Estou voltando para mesma rotina que me afastou do trabalho. Estou receosa do que pode acontecer comigo. Fiquei feliz com a presença do Sindicato hoje. O Itaú precisa saber que somos seres humanos e não robôs”, afirma.
Uma bancária que trabalha no atendimento diz que há pressão por performance de aderência fora da realidade. “Quando recebemos o resultado do nosso desempenho percebemos que até a nossa pausa é controlada. Isso reflete na nossa remuneração e nos deixa ainda mais desanimados em trabalhar no Itaú.”
O funcionário do Itaú e dirigente sindical Jair Alves ressaltou que não faltam motivos para os trabalhadores aderirem à greve. “Existe uma clara diferenciação entre o que querem pagar para nós e para os executivos. Esse é só um dos exemplos de muitos que temos para nos indignar”, afirma o dirigente.
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Carlos Fernandes - 21/9/2012
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Pressão e falta de reconhecimento são as principais reclamações entre os funcionários em greve
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