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Bancários do CTO do Itaú fortalecem 7º dia de greve

Linha fina
Falta de valorização, reajuste insuficiente, pressão por metas e assédio moral foram alguns dos motivos que fizeram 7 mil trabalhadores paralisar suas atividades
Imagem Destaque

São Paulo – A greve entrou na segunda semana com adesão cada vez mais forte da categoria. Nesta segunda-feira 24, sétimo dia de paralisações, foi a vez dos bancários do Centro Tecnológico Operacional do Itaú (CTO) cruzarem os braços. Logo pela manhã, faixas já sinalizavam: estamos em greve.

Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato, ressaltou a forte participação dos bancários na mobilização e avisou: “só sairemos da greve com as reivindicações atendidas”. Ela destacou que a participação intensa da categoria reflete a insatisfação com as propostas feitas pelos bancos. “Queremos resolver o mais rápido possível, mas para isso é preciso que os trabalhadores sejam valorizados e reconhecidos.”

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A presidenta explicou aos funcionários do CTO que aderiram à greve que o lucro dos bancos não diminuiu e, por isso, é possível melhorar o índice do reajuste, além de garantir aos bancários que não ganhem PLR menor em comparação ao ano passado. “O aumento do provisionamento para devedores duvidosos aumentou muito, de maneira desproporcional, ainda mais com o Banco Central anunciando desde maio que a inadimplência está diminuindo."

Terceirização – No prédio do CTO trabalham no total 7 mil funcionários, sendo 5 mil bancários. A diferença de 2 mil trabalhadores não vinculados diretamente ao banco é reflexo do desrespeito aos funcionários por parte do Itaú. Foi o que explicou Adriana Magalhães, diretora do Sindicato, ao ressaltar que a terceirização atinge áreas estratégicas do banco, como a segurança bancária e a manutenção da tecnologia.

“Nossa concepção é que todos têm de ser contratados como bancários, pois são serviços essenciais para a empresa. Existem casos de terceirizados que estão há cerca de 13 anos sem reajuste nos tíquetes”, explicou a dirigente, relatando o caso de pelo menos três terceirizados que trabalham no prédio do CTO na área de tecnologia. Apesar de apoiar e respeitar a greve, lamentam não conseguir as mesmas conquistas. “Nós somos invisíveis para o banco. Entramos e saímos sem ninguém reparar na nossa presença, mesmo trabalhando em uma área importante, que é a segurança. Rastreamos a presença de hackers no sistema, monitoramos fraudes, ou seja, todo o procedimento para garantir a segurança bancária à instituição”, explicou um dos trabalhadores.

Outro terceirizado relatou a indiferença com que são tratados. “Já chegamos a ouvir que se nossa função fosse tão importante para o banco, seríamos contratados diretamente. Mas sabemos que nosso trabalho é essencial.”  Ele ainda ressaltou a defasagem no salário, nos tíquetes, além da falta de benefícios. “A única coisa igual é a pressão e o assédio moral que sofremos.”

Justiça reconhece greve – Carlos Damarindo, diretor executivo do Sindicato, durante o ato em frente ao CTO, anunciou aos bancários que todos os interditos proibitórios tinham sido invalidados pela Justiça. A notícia foi comemorada e aplaudida por todos. “Essa medida é muito importante, pois reconhece o direito legítimo de greve”, destacou.

Mobilização continua no Itaú – “Estamos em greve, mas a mobilização no Itaú será permanente, pois os problemas são recorrentes aqui, como casos de demissão em massa, alta rotatividade, contratação de pessoas jurídicas, entre outras práticas que desrespeitam o trabalhador”, avisou Francisco César, diretor do Sindicato.

Ele também repudiou o desrespeito do Itaú ao direito de greve, explicando que muitas vezes a direção do banco obriga os bancários a entrarem na empresa transportados por helicópteros, como aconteceu nesta manhã, após o prédio do CTO amanhecer totalmente paralisado. “É lamentável que tentem agir dessa maneira. Poderiam ter bom senso e resolver na mesa de negociação. Mas o importante é que a greve está muito mais forte este ano e a mobilização não irá parar enquanto não houver proposta decente.”

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Tatiana Melim – 24/9/2012

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