São Paulo - Quase metade do total de postos formais gerados no país entre janeiro e setembro deste ano saíram do setor de serviços, onde atuam as instituições financeiras. Porém, apesar dos altos lucros, os bancos são, de longe, as empresas que menos contribuíram na abertura de vagas com carteira assinada.
Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego), dos 1.574.216 empregos formais criados no país nos primeiros nove meses do ano, 667.166 (42%) estão no setor de serviços. As instituições financeiras são responsáveis por apenas 8 mil, o que representa 1,19% do setor e 0,5% do total do país.
O segundo segmento que menos contratou no setor de serviços foi Transportes e Comunicações, com saldo de 78.396, quase 10 vezes mais do que o das instituições financeiras. O que mais abriu postos formais foi o de corretores de imóveis, com 188.443, seguido pelo de hotelaria, com 184.671, ambos montantes 23 vezes maiores.
Antepenúltimo lugar – Na comparação com os outros setores classificados pelo Caged (Extrativa Mineral, Indústria de Transformação, Serviços Industriais de Utilidade Pública, Construção Civil, Comércio, Administração Pública e Agricultura), o cenário é semelhante. As instituições financeiras ficam no vexatório 23º lugar de 25 segmentações, à frente apenas das indústrias de papel e papelão (5.509) e de materiais de transporte (3.554), ambos segmentos do setor Indústria de Transformação.
Reivindicação - A questão do emprego foi uma das principais reivindicações da Campanha Nacional Unificada 2012. Os bancos, no entanto, disseram na mesa de negociação que os bancários não estão preocupados com isso e que o baixo nível de contratações no setor deve-se a “ajuste, uma prática normal de mercado”. A Fenaban deixou o tema para ser discutido pontualmente pelas instituições financeiras. Carta já foi enviada a cada uma delas, cobrando mais contratações e a retomada dos debates.
De forma geral os bancos contratam pouco ou demitem muito, como o Itaú que extinguiu 9 mil postos de trabalho em um ano (entre os meses de junho de 2011 e 2012). A exceção é a Caixa Federal, que está contratando graças ao compromisso conquistado pelos trabalhadores nas campanhas unificadas.
“A contratação de mais bancários é importante para acabar com a sobrecarga de trabalho que adoece a categoria, mas é fundamental também para toda a sociedade em nome da universalização do atendimento, com serviços de qualidade para todos”, ressalta a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.
Redação - 18/10/2012
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De longe, segmento foi o que menos abriu postos formais de trabalho no setor de serviços neste ano
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