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Sindicatos podem vender produtos de assentamentos

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Fórum São Paulo pela Reforma Agrária debate parceria para comercialização de alimentos oriundos da agricultura familiar dentro das entidades sindicais
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São Paulo – A comercialização solidária de produtos da reforma agrária. Esse foi o principal tema da reunião entre representantes sindicais e entidades do campo e da cidade que integram o Fórum São Paulo pela Reforma Agrária. O encontro aconteceu na sexta-feira 9 e debateu modelos de gestão e propostas de parceria para vendas de alimentos saudáveis oriundos da agricultura familiar, produzidos com manejo sustentável e sem uso de agrotóxicos.

Dentre todas as propostas acolhidas pelo Fórum, a primeira é a busca de espaços de comercialização dentro das próprias organizações sindicais. A outra é fazer com que a pauta de reivindicações dos sindicatos passe a contemplar a aquisição de produtos da reforma agrária, como por exemplo, o fornecimento para restaurantes de empresas do ramo bancário, metalúrgico, químico e outros.

Entre os possíveis produtos comercializados estão arroz, feijão, açúcar mascavo, melado de cana, café, carnes, laticínios, geleias, mel, frutas, verduras, suco de uva e cachaça.

“São várias as questões que precisam ser tratadas, mas o importante é que o tema não saia da pauta do Fórum. Temos interesse na comercialização solidária dos produtos porque também é um meio de promover a reforma agrária”, disse Adi dos Santos Lima, presidente da CUT/SP.

Para conquistar mercado, os agricultores familiares apontaram a necessidade de o governo federal criar políticas que facilitem o acesso ao consumidor, seja com a redução das burocracias para certificação ou com apoio ao transporte, entre outras medidas.

Para Marco Antonio Pimentel, presidente da Federação da Agricultura Familiar (FAF-CUT/SP), é fundamental gerar valor agregado por meio do processamento das matérias-primas, atendendo às normas sanitárias exigidas e ampliando o mercado consumidor para garantir competitividade.

Ari Aloraldo, coordenador da Agência de Desenvolvimento Solidário (ADS/CUT), afirmou que a parceria com pequenos e médios varejistas é o melhor caminho para comercialização e não com as grandes redes de supermercados como o governo federal tem incentivado. “Cada rede de supermercado que se instala num lugar acaba com uma gama de pequenos empreendimentos”, avalia.

Adriana Magalhães, secretária de Imprensa da CUT/SP e diretora do Sindicato, falou sobre a necessidade de organizar estratégias de comunicação que unam os trabalhadores do campo e da cidade na divulgação das mercadorias, dando destaque à reforma agrária, ao combate aos agrotóxicos e incentivando o consumo consciente.

A importância do fornecimento de orgânicos para a merenda escolar também foi unânime entre as entidades do Fórum, mas os agricultores afirmaram que ainda é preciso um trabalho de sensibilização junto às prefeituras para que comprem dos pequenos produtores rurais.

Assim, Douglas Izzo, vice-presidente da CUT/SP e representante da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), comprometeu-se em levar a questão aos conselhos de merenda escolar que contam com a participação da entidade.

Terras públicas – Uma das principais lutas em andamento no Fórum é fazer com que se efetive a posse das terras públicas da antiga Fepasa pela União, garantindo que as áreas sejam destinadas à reforma agrária, como define a Constituição Federal. Por isso, o tema será discutido em audiência com a Advocacia Geral da União (AGU), em Brasília, no próximo dia 21.

O imbróglio da posse dura décadas e nestas terras, chamadas de hortos, surgiram acampamentos que atualmente reúnem cerca de mil famílias vivendo de modo precário e sem infraestrutura devido ao não reconhecimento dos locais como assentamentos da reforma agrária.

E para encerrar as atividades do ano, o presidente da CUT/SP, Adi dos Santos Lima, convocou a realização de novo encontro para o início de dezembro. “Vamos fazer um balanço, avaliar as ações encaminhadas pelo Fórum em 2012 e planejar os rumos para 2013”, disse o dirigente.


CUT/SP – 13/11/2012

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