Projeto piloto de segurança conquista avanços

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São Paulo – O projeto piloto de segurança bancária, conquista da Campanha Nacional Unificada deste ano, avançou em alguns pontos, após encontro do grupo de trabalho, que se reuniu pela primeira vez nesta terça-feira 27, na sede da Fenaban.

Além de algumas reivindicações históricas da categoria para aumentar a segurança nas agências, como portas com detectores de metal, câmeras internas e externas nas agências e biombos, outras demandas apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários e Coletivo Nacional de Segurança Bancária passaram a fazer parte do projeto, previsto para ser implementado a partir do ano que vem. Será formada ainda uma comissão bipartite (representantes dos bancos e dos bancários), com reuniões trimestrais, para acompanhar seu desenvolvimento.

De início, a Fenaban sugeriu que o piloto fosse em Recife, capital de Pernambuco, com mais de 1,5 milhão de habitantes e 162 agências. Os bancários propuseram que outros municípios da região metropolitana também fossem incluídos, como Olinda e Jaboatão dos Guarapes, que possuem 15 e 20 agências, respectivamente. Os bancos aceitaram e o projeto será executado nessas cidades inicialmente. Em todo o estado, somente em 2012, foram 27 casos de assaltos a agências.

Avanços – Os trabalhadores cobraram e os bancos aceitaram reduzir as tarifas de transferência (DOC e TED) nos caixas para o mesmo valor cobrado via internet, além da diminuição do limite de TED, atualmente de R$ 3 mil para R$ 2 mil e, a partir de março, para R$ 1 mil. O objetivo é reduzir o saque de grandes quantias e coibir os crimes de “saidinha” de banco.

Nos PAB’s (Postos de Atendimento Bancário) serão instaladas câmaras internas em todos os postos. O guarda-volumes antes da porta de segurança para evitar constrangimento de clientes também foi outra medida acatada pelos bancos para ser implantada no projeto.

Além da demarcação do local para estacionar o carro forte de maneira segura, os bancos se comprometeram a atender a reivindicação dos trabalhadores de que não seja realizada nenhuma movimentação de numerário na agência sem a presença do vigilante.
 

“O projeto é um importante avanço, pois atende algumas demandas históricas reivindicadas pelos trabalhadores junto aos bancos. Antes, não tínhamos a possibilidade de discutir medidas para melhorar a segurança. Hoje, avançamos na construção de um projeto piloto, fruto de muita luta e reivindicação”, destacou Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato.

Entretanto, a dirigente ponderou que muitas reivindicações importantes apresentadas pelo Comando Nacional ainda não foram contempladas no projeto, como no caso das portas giratórias, que serão instaladas depois do autoatendimento, uma vez que os bancários entendem que essa instalação deveria ser feita antes, logo na entrada da agência.

Mais funcionários nos caixas para reduzir as filas e evitar olheiros e fim da guarda das chaves pelos bancários para evitar sequestros foram outras reivindicações apresentadas pelo Comando, mas que não foram incluídas no projeto. “Essas e outras pautas são lutas permanentes do Sindicato, que não deixarão de ser reivindicadas e negociadas, independentemente do programa”, explicou Juvandia, ressaltando que o projeto é piloto e, portanto, tem caráter experimental e pode ser aprimorado conforme as necessidades e o acompanhamento do grupo de trabalho.

Outra reivindicação importante apresentada, que diz respeito aos vigilantes, é a proteção do escudo com assento. Essa é uma reivindicação antiga dos trabalhadores que lidam diretamente com a segurança e são responsáveis pela proteção dos bancários e clientes, porém não foi acatada pelos bancos. “Apesar de não ser adotada a medida de imediato, ressaltamos a importância de incorporar a reivindicação dos vigilantes, uma vez que o tema diz respeito diretamente a eles, responsáveis pela proteção da vida e segurança dentro dos bancos”, completou Juvandia.

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A proposta prevê que, depois de um período de adoção das medidas, sejam feitos levantamentos estatísticos que mostrem o resultado do projeto. Comprovada sua eficácia, ele deverá ser implementado em todo o país.


Tatiana Melim – 27/11/2012