São Paulo – Problemas com as condições de trabalho na matriz do setor de Cartões do Bradesco, na Cidade de Deus, são alvos de denúncias há algum tempo. É o que explica a diretora do Sindicato Sandra Regina, após constatar que o prazo estipulado junto ao departamento de Recursos Humanos do banco está acabando e que as reivindicações não foram solucionadas, nem mesmo a verificação dos espaços que necessitam melhorias.
Sala pequena, ar condicionado desregulado e fiações expostas ainda fazem parte do cenário da sala em que 48 trabalhadores terceirizados foram destinados para trabalhar. “Os funcionários ficam um ao lado do outro sem poder se mexer, tendo de pedir licença para afastar a cadeira. Às vezes, sem querer, o funcionário desliga o computador com os pés perdendo todo o trabalho que fez”, relata a dirigente, ao questionar o banco sobre as condições indignas de trabalho que proporciona aos funcionários.
O Sindicato cobrou o RH no dia 20 de novembro sobre as condições dos terceirizados e os representantes do banco solicitaram um prazo de 20 dias para solucionar as questões reivindicadas. “O prazo está acabando, hoje (4) estamos no décimo quarto dia e nada foi feito, nem sequer averiguado. Além de ficarem isolados e apertados em apenas uma sala, recebem tratamento diferenciado e direitos reduzidos, o que é inadmissível”, questionou Sandra.
Ela ainda explica que, após diversas cobranças, parte dos terceirizados foram transferidos para o Departamento de Cartões da Rio Negro, em Alphaville, como forma de melhorar as condições de trabalho. Porém, segundo a dirigente, a possibilidade de utilizar as cadeiras e mesas disponíveis para melhorar a distribuição do espaço não acontece. “Todos continuam espremidos no mesmo lugar”, criticou.
“Não é possível compreender a demora em acomodar os funcionários que tanto lucro proporcionam ao banco. Não é por falta de dinheiro”, criticou a dirigente, destacando que a cobrança continuará enquanto as condições de trabalho se mantiverem precárias.
Cadeiras trocadas – Após seis meses de negociação entre o Sindicato e o RH do banco, finalmente chegaram as cadeiras adequadas reivindicadas pelos bancários do setor.
Porém, mesmo com as mudanças das cadeiras, o mobiliário continua o mesmo de 13 anos atrás e os principais problemas persistem, sem previsão de mudanças. “Isso é um total desrespeito, pois há meses cobramos os responsáveis, que se comprometem e nada fazem”, finalizou Sandra.
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Tatiana Melim – 4/12/2012
Linha fina
Após seis meses de reivindicações e negociação com representantes do banco, principais denúncias sobre condições precárias de trabalho dos terceirizados continuam
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